Mais de 1,56 bilhões de máscaras foram parar no oceano em 2020
Substituir o uso das descartáveis pelas reutilizáveis é uma obrigação de quem não atua na área médica Blogs e Colunas | Consciência Limpa 25/01/2021 10h22 - Atualizado em 25/01/2021 10h34São 8 milhões de toneladas de plástico entrando nos oceanos anualmente e sendo confundidos com alimentos pela vida marinha. Inclusive, 90% das aves marinhas possuem fragmentos de plástico no estômago. Esses são dados da organização não governamental World Wide Fund for Nature (WWF), que atua nas áreas de conservação, investigação e recuperação ambiental desde 1961. Ainda segundo a WWF, até 2050 teremos mais plástico do que peixes nos oceanos. Vocês conseguem visualizar o tamanho dessa problemática?
Para piorar veio uma pandemia, e segundo relatório da OceanAsia, organização dedicada à conservação dos oceanos, mais de 1,56 bilhões de máscaras faciais foram parar nos oceanos em 2020, o que resultará num adicional de 4.680 a 6.240 toneladas métricas de poluição marinha de plástico, conforme a pesquisa. E vocês sabem quantos anos uma máscara descartável leva para se decompor? Cerca de 450 anos, até se ransformar em microplásticos e continuar impactando a vida marinha e os ecossistemas. E, não se iluda. Se você descarta uma máscara dessa no lixo comum, ela vai parar ou em aterro sanitário e contribuir na emissão de CO2 na atmosfera, ou ela vai parar nos oceanos. Afinal, elas são feitas de plásticos derretidos, difíceis de serem reciclados.
Com a pandemia da covid-19, passamos a descartar máscaras, luvas e muitas sacolas plásticas e embalagens de delivery durante a quarentena. Por se tratar de uma questão que envolve saúde pública, a proteção é uma prioridade, mas, com certeza, existem formas sustentáveis de nos cuidarmos. É uma obrigação nossa -- de toda a sociedade, -- sobretudo das pessoas que não trabalham na área médica ou que tampouco estão na linha de frente, substituir a máscara descartável, pela reutilizável.
Recente eu escutei uma amiga justificar o uso de máscara cirúrgica por acreditar que as máscaras de tecido não são eficazes. E olha, ela tinha certeza disso. Não sei de onde tirou, porque isso é uma inverdade. As máscaras reutilizáveis servem como uma barreira de contaminação do vírus. Lógico que a melhor forma de evitar transmissão da doença é o isolamento social, mas, essa não é uma possibilidade para muitas pessoas que precisam trabalhar, por exemplo.
As máscaras descartáveis são materiais hospitalares, então não faz sentido uma pessoa que não é da área médica optar por esse tipo de material, quando poderia facilmente substituir por uma reutilizável de tecido. O próprio relatório da OceanAsia, conforme divulgado no blog Mar sem fim, pede para que as pessoas usem máscaras reutilizáveis sempre que possível, descartem de maneira responsável, e reduzam o consumo geral de plástico descartável.
Como utilizar e higienizar
Assim como as máscaras descartáveis, as reutilizáveis também exigem um cuidado redobrado no manuseio e utilização, e talvez seja isso que algumas pessoas não estão muito “afim”, por ser mais “prático” o descarte.
Pode até ser prático, mas, o impacto é muito maior, portanto, lhe convido a repensar este uso, e optar sempre pelas reutilizáveis seguindo as regras:
- Utilizar sempre que for para locais públicos.
- O uso deve ser individual, nada de compartilhar nem com membros da família.
- A máscara deve ter pelo menos duas camadas de tecido.
- Sempre levar outra dentro da bolsa quando sair.
- Cobrir totalmente a boca e o nariz, sem deixar espaços na laterais.
- Se estiver úmida, trocar. Se passar mais de três horas de uso, trocar.
- Para higienizar: lavar com água e sabão em água corrente, separado do restante das roupas. Em seguida deixar de molho por 20 a 30 minutos em água sanitária (para cada colher do produto 1L de água); enxaguar e levar para secar sem torcer.







Lais Oliveira de Melo, jornalista diplomada, pós-graduanda de MBA em Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, atualmente repórter do Jornal da Cidade e blogueira em Consciência Limpa. Premiada em 2018 no Prêmio Setransp com a terceira melhor reportagem de veículo impresso. Trabalhou por cinco anos no marketing digital de uma empresa de turismo e participou de um programa de estágio no F5 News.
E-mail: demelo.lais@gmail.com
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