Brasileiros estão abandonando hábito de usar mais de um chip no celular
Brasil e Mundo 11/12/2016 09h20 - Atualizado em 11/12/2016 11h24

Para pagar mais barato nas ligações de celular, muitos brasileiros costumam ter mais de um chip no mesmo aparelho, ou usar vários aparelhos. Assim, é possível ligar para o número de uma mesma operadora pagando menos e, às vezes até de graça. Mas esse hábito está mudando no país, porque o preço das ligações entre operadoras diferentes vem sendo reduzido nos últimos anos.

“Isso reduziu o fenômeno do 'consumidor com todos os chips'. O motivo principal para ter os chips de todas as operadoras era economizar. Com preços menores de ligações para operadoras distintas, o consumidor percebeu que poderia ter somente um chip. Com isso, temos a redução do número de linhas, pois muitos planos pré-pagos estão sendo desativados”, explicou o pesquisador em telecomunicações do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Rafael Zanatta, à Agência Brasil

Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), com preços menores para chamadas entre operadoras diferentes, o mercado de múltiplos chipsperdeu espaço, gerando cancelamentos dos consumidores que possuíam linhas móveis de diferentes prestadores. Entre outubro de 2015 e outubro deste ano, foram desligadas 26,3 milhões de linhas de celulares no país, uma queda de 9,62%. Só entre setembro e outubro de 2016, a queda foi de 3,5 milhões de linhas. Atualmente, o país tem 247,4 milhões de linhas de celulares ativas.

A queda maior foi na modalidade pré-paga. Em outubro do ano passado, 73,5% do total de clientes de celulares tinham linhas pré-pagas e, em outubro deste ano o percentual passou para 68,75%. A Anatel também aponta a desaceleração da economia como um dos motivos do encolhimento da base de acessos móveis.

Mudança de hábito

Outro fator apontado para a queda no número de celulares no país é a mudança na forma de comunicação dos brasileiros, que estão deixando de usar o telefone para falar e usando mais aplicativos de troca de mensagens. “As pessoas estão escrevendo mais do que falando. Preferem aplicações como WhatsApp e Telegram, pois são práticas e permitem uma comunicação mais fluida”, diz Zanatta.

Segundo ele, os consumidores perceberam que precisam de apenas um telefone celular com um bom pacote de dados de conexão. “Todo usuário de WhatsApp precisa da internet como suporte. As pessoas querem conexão a todo momento”, diz.

Impostos

As operadoras de telefonia apontam ainda outro motivo para a queda no número de linhas de celulares ativas no último ano: o aumento de impostos sobre o setor de telecomunicações em alguns estados. Segundo o diretor-executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil), Eduardo Levy, 12 estados aumentaram o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a telefonia em 2016.

“Na medida em que você aumenta o imposto sobre a voz, você vai empurrando a população para os serviços de texto que não pagam imposto nenhum. É um contrassenso o que os estados estão fazendo”, reclama Levy.

Mais Notícias de Brasil e Mundo
Anvisa regulamenta importação de remédios e vacinas por estados
11/03/2021  09h33 Anvisa regulamenta importação de remédios e vacinas por estados
Empresas poderão adquirir das farmacêuticas vacinas contra a Covid-19
Marcelo Camargo/Agência Brasil
11/03/2021  09h02 Com aumento de mortes por covid19, estados reforçam restrições
Saiba quais são as medidas adotadas em cada estado brasileiro
Japão lembra hoje 10 anos de terremoto, tsunami e acidente nuclear
11/03/2021  08h59 Japão lembra hoje 10 anos de terremoto, tsunami e acidente nuclear
Tremor de magnitude 9 na escala Richter deixou 18,5 mil mortos
Foto: Agência Brasil/Arquivo
10/03/2021  22h21 Covid-19: Brasil registra 2.286 mortes e 79 mil casos em 24h
Foi novo recorde de mortos, acima do registrado ontem (9), quando houve 1.972
Estudos mostram eficácia da CoronaVac contra três variantes do vírus
10/03/2021  17h08 Estudos mostram eficácia da CoronaVac contra três variantes do vírus
Análises estão sendo feitas pelo Butantan em parceria com a USP