Dois em cada dez jovens de países emergentes não trabalham nem estudam
Segundo Fundo Monetário Internacional, proporção cai para 10% nos países avançados
Brasil e Mundo | Por Agência Brasil 24/01/2019 15h56 - Atualizado em 24/01/2019 16h36

Carentes de políticas públicas que reduzam vulnerabilidades, os jovens de países em desenvolvimento enfrentam dificuldades em concluir a escola e conseguir o primeiro emprego. De cada dez jovens de 15 a 24 anos em países emergentes, dois não estudam nem trabalham, segundo levantamento divulgado nesta semana pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

A proporção é o dobro da observada em economias avançadas, onde 10% da população nessa faixa de idade estão na mesma condição. Segundo o FMI, a ausência dos jovens das escolas e do mercado de trabalho tem um efeito perverso no médio e no longo prazo, ao aumentar os conflitos sociais e reduzir o potencial de crescimento da economia.

De acordo com o relatório, a alta proporção de jovens sem estudar e trabalhar tem um efeito ainda mais perverso nos países em desenvolvimento. Isso porque as economias emergentes dependem da entrada de jovens no mercado de trabalho para acelerarem o crescimento. A proporção de pessoas de 18 a 24 anos nos países em desenvolvimento chega a um terço da população em idade ativa (que pode trabalhar), contra 15% nos países desenvolvidos.

Sugestões

Para o FMI, a melhoria da educação é importante, mas não basta para aumentar a participação de jovens no mercado de trabalho. Apenas o investimento em ensino, aponta o relatório, levaria à existência de muitos jovens bens educados com dificuldades em encontrar emprego em economias emergentes e em desenvolvimento.

O FMI sugere três ações para diminuir a geração do Brasil. Em primeiro lugar, o fundo recomenda a adoção de medidas que reduzam a desigualdade entre gêneros no mercado de trabalho. Cerca de 30% das jovens nos países emergentes não trabalham nem estudam, contra 15% dos jovens. O documento recomenda medidas de combate à discriminação contra mulheres no mercado de trabalho para aumentar a inserção das jovens na economia formal.

Em segundo lugar, o FMI sugere a desregulamentação do mercado de trabalho para aumentar a contratação de jovens. De acordo com o relatório, a regulamentação estrita do mercado de trabalho, diminuir as indenizações por demissões e estabelecer um salário mínimo não muito alto em relação ao salário médio da economia aumentam as taxas de emprego entre jovens fora da escola, principalmente de mulheres jovens. De acordo com o FMI, nas províncias da Indonésia que aumentaram o salário mínimo menos que outras, o desemprego entre os jovens caiu entre 1 e 1,5 ponto percentual.

A última medida recomendada pelo FMI é a abertura da economia em países emergentes. Segundo o Fundo Monetário, mercados mais dinâmicos aumentam a concorrência e o empreendedorismo. Pela pesquisa, jovens sem acesso a capital e a crédito podem ter a abertura do próprio negócio facilitada pela redução de custos administrativos e pela abertura ao mercado internacional. Essa política aumentaria a taxa de participação de homens jovens no mercado de trabalho em até 5%.

 

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