EDITORIAL: Choques na criminalidade

Brasil e Mundo 10/10/2011 20h54

Duas notícias divulgadas ontem são promissoras no sentido de coibir a escalada de criminalidade que faz dos cidadãos prisioneiros em seus lares, enquanto a violência ganha as ruas.

A primeira delas diz respeito à decisão do Governo Federal de não mais repassar verbas à área de segurança pública dos Estados que não informarem corretamente as estatísticas sobre a criminalidade em seus territórios. Conforme admitiu o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, faltam no Brasil dados estatísticos confiáveis para determinar onde e com que intensidade acontece cada tipo de crime, deficiência que, em tese, será resolvida pela criação de um sistema nacional a padronizar metodologicamente a aferição das ocorrências.

Já o ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que espera uma resposta do Congresso para definir o orçamento para educação em 2012, que deve ficar entre 7% e 10% do PIB nacional. Atualmente, a educação corresponde a 5% do PIB brasileiro. Ele assume que o Brasil foi um dos últimos países da América Latina a despertar para a necessidade de investir em educação e defendeu ser preciso "correr atrás dessa diferença histórica".

Garantir amplo acesso à educação e operar em prol de sua qualidade constituem, como se sabe, caminhos seguros para reduzir o crime. Cabe aqui a mensagem sabiamente pregada no dito popular: antes tarde do que nunca.