“Estou sendo condenada, sem ter direito a julgamento” diz Flordelis
Deputada foi denunciada pelo homicídio do marido, pastor Anderson do Carmo Brasil e Mundo | Por F5 News 02/09/2020 13h30A deputada Flordelis (PSD-RJ) fez nesta quarta-feira (2) a primeira declaração nas redes sociais desde que foi denunciada pelo homicídio de seu marido, o pastor Anderson do Carmo. O crime foi no dia 16 de junho de 2019, quando ele chegou em casa, em Niterói, sendo alvejado com vários tiros.
Em uma publicação no instagram, a parlamentar negou as acusações da Promotoria e afirmou estar sendo condenada previamente. “Muito tem sido dito na mídia, das formas mais cruéis, sem que eu tenha qualquer chance de defesa. Estou sendo condenada sem nem ter direito a julgamento”, escreveu Flordelis.
A deputada carioca disse que a morte do marido a prejudicou e pediu para que olhem para a sua trajetória. “Se alguém perdeu com a morte dele, fui eu, ele era tudo pra mim, meu companheiro que me ajudava e me guiava, inclusive em todos os aspectos práticos da vida. Não há nada do que possam me acusar, sempre fui uma serva de Deus, vivendo o caminho que Ele traçou para mim. Antes de me sentenciarem, me deem o direito de defesa”, postou.
Situação política
Nesta terça-feira (2), a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados deliberou enviar à Corregedoria o processo de cassação do mandato de Flordelis. Os documentos serão analisados pelo corregedor, deputado federal Paulo Bengtson (PTB-PA), que deve enviar o relatório na próxima semana.
O Partido Social Democrático (PSD) decidiu tomar as medidas cabíveis para suspender a filiação da deputada federal. De acordo com o presidente do partido, Gilberto Kassab, a sigla vai adotar medidas internas para expulsar Flordelis de seus quadros.
O caso
A deputada foi indiciada pelo crime de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização criminosa majorada.
Segundo o delegado Allan Duarte, titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá (DHNSGI), no Estado do Rio de Janeiro, na primeira fase da investigação foi identificado como executor o filho biológico da deputada, Flávio dos Santos Rodrigues. O filho adotivo do casal, Lucas César dos Santos, foi apontado como a pessoa que comprou a arma utilizada no assassinato.
Na segunda fase da apuração, ainda segundo o delegado, novas provas e ações de inteligência constataram que Flordelis foi a mandante do homicídio. A investigação aponta como motivação principal a disputa de poder entre o casal e a emancipação financeira dela.
Defesa
O advogado Anderson Rollemberg, que defende Flordelis, afirmou não há elementos que sustentem a denúncia contra ela. Segundo ele, as mensagens encontradas pela polícia no celular da deputada não foram escritas por ela, mas sim por uma das filhas, que tinha acesso ao aparelho.





