Juiz determina “estupro culposo” e gera revolta no caso Mari Ferrer
Argumentação que inocentou empresário não está prevista em lei; entenda
Brasil e Mundo 03/11/2020 15h57 - Atualizado em 03/11/2020 16h37

O nome da modelo Mariana Ferrer, 23 anos, voltou a ocupar os assuntos mais comentados do Brasil, nesta terça-feira (3), após uma reportagem do site The Intercept revelar detalhes do julgamento que inocentou o empresário André de Camargo Aranha, acusado de estuprar a jovem catarinense em 2018. Em setembro, o juiz do caso considerou Aranha inocente, atendendo à argumentação do Ministério Público, que definiu o crime como "estupro culposo". 

Segundo o promotor responsável pelo processo, o empresário teria cometido o ato sexual sem ter conhecimento de que a jovem não estava em condições de consentir a relação, não existindo portanto “intenção” de estuprar. Tal alegação foi o suficiente para Aranha ser absolvido das acusações, uma vez que o crime não é previsto por lei. 

A decisão da Justiça sobre o caso é resultado de um processo marcado por troca de delegados e promotores, sumiço de imagens e mudança de versão do acusado. Imagens da audiência as quais o Intercept teve acesso mostram Mariana sendo humilhada pelo advogado de defesa de Aranha.

O advogado de defesa do empresário, Cláudio Gastão da Rosa Filho, mostrou fotos sensuais de Mariana, produzidas pela jovem enquanto modelo profissional antes do crime, para justificar a atitude do seu cliente quanto ao ato sexual mesmo quando a jovem estava inconsciente. Ele afirma ainda que “jamais teria uma filha” do “nível” de Mariana e repreende o choro da jovem ao ouvir suas declarações: “não adianta vir com esse teu choro dissimulado, falso e essa lábia de crocodilo”.

A jovem reclamou do interrogatório para o juiz. “Excelentíssimo, eu tô implorando por respeito, nem os acusados são tratados do jeito que estou sendo tratada, pelo amor de Deus, gente. O que é isso?”, diz.

Relembre o caso

Mariana denunciou nas redes sociais, em 2019, a violência sexual que sofreu durante um evento no Café de La Musique, em Florianópolis, no ano anterior. Ela trabalhava como embaixadora da casa, divulgando o estabelecimento nas redes sociais. Segundo a jovem, o crime aconteceu no dia 15 de dezembro de 2018, na festa de abertura do Verão Music Sunset do beach club, localizado na praia de Jurerê Internacional. Os ingressos para as festas no local variam entre R$ 100 e R$ 1,5 mil, dependendo da festa. O passaporte de acesso aos camarotes pode custar muito mais.

De acordo com Mariana, que era virgem na época do crime, ela foi dopada e estava inconsciente no momento da violência. Segundo relato da mãe da jovem, o body e a calcinha que ela usava naquela noite ficaram ensanguentados e com forte odor de esperma. No dia seguinte, foi registrado um boletim de ocorrência de estupro. Exames periciais confirmaram que o esperma encontrado na roupa da jovem era compatível com o DNA do empresário paulistano André de Camargo Aranha.

 

Fonte: Diário de Pernambuco 

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