OIT: trabalho forçado gera US$ 150 bilhões de lucros anuais
A região Ásia-Pacífico tem o maior número de trabalhadores forçados
Brasil e Mundo 20/05/2014 07h55

Profissionais do sexo, agrícolas ou domésticos, os trabalhadores forçados do setor privado geram US$ 150 bilhões de lucros ilegais por ano em todo o mundo, revela hoje (20) a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

O trabalho forçado implica um elemento de coação, ou seja, a vítima exerce a atividade sem ter dado consentimento prévio e sem liberdade para deixar de fazê-la, esclarece a OIT, sediada em Genebra.

Dois terços dos US$ 150 bilhões anuais estimados, ou seja US$ 99 bilhões, provêm da exploração sexual para fins comerciais, enquanto os restantes US$ 51 bilhões resultam da exploração econômica, incluindo o trabalho doméstico (US$ 8 bilhões), a agricultura (US$ 9 bilhões) e outras atividades econômicas (US$ 34 bilhões), como a construção, as indústrias, as minas e os serviços de utilidade pública.

Outra conclusão é que 44% das vítimas migraram dentro ou fora das fronteiras internacionais antes de serem submetidas ao trabalho forçado.

Os números baseiam-se em dados da OIT publicados em 2012, que estimam em 20,9 milhões o número de pessoas vítimas de trabalho forçado, do tráfico ou da escravidão moderna. Do total, 18,7 milhões estão no setor privado, 26% são crianças e 55% são mulheres ou meninas.

Em números absolutos, a região Ásia-Pacífico tem o maior número de trabalhadores forçados (no setor privado e no Estado), com 11,7 milhões de vítimas (56%).

Seguem-se a África (18%), a América Latina (9%), os países da Europa Central e do Sudeste e a Comunidade dos Estados Independentes, formada por ex-repúblicas soviéticas (7%), os países desenvolvidos e da União Europeia (7%) e o Oriente Médio (3%).

Uma das conclusões do relatório é que existe correlação entre a pobreza dos lares e a maior probabilidade de serem vítimas do trabalho forçado.

A OIT conclui também que foi registrado um recuo no trabalho forçado imposto pelo Estado (autoridades públicas, Exército ou forças paramilitares, participação compulsiva em trabalhos públicos e trabalhos forçados na prisão).

"Devemos agora focar-nos nos fatores socioeconômicos que deixam as pessoas vulneráveis ao trabalho forçado no setor privado ", disse, em entrevista, Beate Andrees, diretora do Programa de Ação Especial da OIT para Combater o Trabalho Forçado.

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