Nordeste
Polícia investiga patroa após morte de filho de empregada no Recife
'Eu pedi para Jesus tirar a minha vida e dar a ele', diz mãe de Miguel
Brasil e Mundo 05/06/2020 10h02

O pequeno Miguel Otávio Santana da Silva, de cinco anos, morreu após cair do 9º andar, em uma altura de cerca de 35 metros, do edifício Píer Maurício de Nassau, condomínio de luxo no bairro de São José, no Recife (PE), onde a mãe dele trabalhava como empregada doméstica. A patroa, que não teve nome divulgado, foi autuada por homicídio culposo (sem intenção de matar). Presa em flagrante, foi conduzida à Polícia Civil, onde pagou R$ 20 mil em fiança para responder ao inquérito em liberdade. O prazo para concluir a investigação é de 30 dias, a depender das apurações.

Conforme a Polícia Civil, a criança caiu do edifício após ter sido deixada pela mãe, Mirtes Renata Souza, sob responsabilidade da patroa enquanto saía para passear com o cachorro da famíliana terça-feira (2). Enquanto a mãe estava fora, o menino tentou entrar duas vezes no elevador e, depois, teve acesso ao 9º andar do prédio. Na área, ficava uma caixa de condensadores de aparelhos de ar-condicionado sem tela de proteção.

Em imagens de câmeras de segurança do prédio obtidas pela TV Globo, é possível ver a patroa falar com a criança e, por fim, permitir que o menino entre sozinho no elevador. Conforme a gravação, ela chega a aproximar a mão do botão do elevador onde ficam os andares mais altos do prédio antes que a porta se feche. 

"Eu não consigo mais entrar no quarto direito. Eu vejo a cama do meu filho, mas não vejo meu filho ali. Eu olho para aquela bicicleta, mas não vejo meu filho naquela bicicleta. Eu olho para todos os cantos da casa e não vejo meu filho. Tá muito difícil", conta Mirtes em entrevista à repórter Sabrina Rocha, da Rede Globo, veiculada pelo Bom Dia Pernambuco na manhã desta quinta-feira (4). 

Mirtes conta que ao retornar para o edifício, foi avisada pelo zelador que alguém havia caído do prédio. "Quando eu abri a porta, eu vi meu filho ali, estirado no chão. 'Meu filho, não deixa mãe, filho'. Aí eu peguei, devagarzinho, virei ele. Eu disse 'meu amor, meu amor, mamãe tá aqui, não deixa mamãe, respira'. Toquei nele aqui (pescoço), ele ainda tava tendo pulsações, ele tava respirando, mas assim, ele não piscava, só olhava fixo". 

"Eu não vou dizer que eu tô com raiva, que eu tô com ódio dela porque a dor pela morte do meu filho tá prevalecendo, mas eu espero que a justiça seja feita porque se fosse o contrário, eu acho que eu não teria nem direito a fiança. Porque foi uma vida, uma vida que se foi por um pouco de falta de paciência. Deixar uma criança sozinha, dentro de um elevador, isso não se faz", acrescenta Mirtes.

 

*Com Agência Estado e Diário de Pernambuco 

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