Protestos contra racismo intensificam nos EUA e se espalham pelo mundo
Morte de George Floyd deflagra onda de manifestações pelo fim da violência contra negros Brasil e Mundo | Por F5 News 03/06/2020 16h25 - Atualizado em 04/06/2020 08h24A série de manifestações que eclodiu nos Estados Unidos após a morte de George Floyd sob a custódia da polícia na cidade norte-americana de Mineápolis começa a se desdobrar em protestos em outras partes do planeta. Assim como no Brasil durante o final de semana passado, dezenas de milhares de pessoas estão saindo às ruas na Europa com motivação semelhante, demonstrar indignação pela recorrente violência contra negros. Israel, Austrália e Argentina também já registraram atos.
O centro de Londres foi tomado por uma multidão, nesta quarta-feira (3), bradando “sem justiça não há paz, chega de polícia racista”. Segundo a agência de notícias Reuters, na Praça do Parlamento de Londres, milhares se apoiaram em um joelho, uma forma de protesto que se tornou famosa por ser usada pelo jogador de futebol norte-americano Colin Kaepernick para denunciar a brutalidade policial contra pessoas negras.
A polícia da França usou gás lacrimogêneo hoje para dispersar manifestantes de um ato que marca a morte de um homem negro, Adama Traoré, em uma operação policial em 2016 que alguns compararam à morte de George Floyd. Os policiais usaram o gás depois que alguns dos manifestantes começaram incêndios e montaram barricadas ao redor da Avenue de Clichy, no norte de Paris, conforme a Reuters.
Floyd, um homem negro que estava desarmado, morreu depois que um policial branco se ajoelhou em seu pescoço, um acontecimento que desencadeou os maiores protestos antirracismo vistos nos Estados Unidos desde os anos 1960.
Nos EUA, os protestos se intensificam mesmo após a ordem do presidente Donald Trump de reprimir uma manifestação pacífica e sua ameaça de mobilizar o Exército. Este é o nono dia em que multidões vão às ruas em várias cidades norte-americanas. Os manifestantes enfrentaram a polícia até a madrugada de quarta-feira em Nova York e em Los Angeles, apesar do toque de recolher, mas não foram registradas tantas cenas de violência e saques como nos dias anteriores.
As autoridades locais estenderam até 7 de junho o toque de recolher, uma medida que não era usada desde a Segunda Guerra Mundial, depois dos saques registrados na noite de segunda, informa a Agência Estado.
Em Genebra, a alta comissária da ONU para os direitos humanos, Michelle Bachelet, disse que as manifestações expõem a "discriminação racial endêmica" nos Estados Unidos.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) condenou "o assassinato de George Floyd" e expressou seu pesar pelos "atos violentos registrados no contexto das recentes manifestações como reação à violência policial contra afroamericanos" nos Estados Unidos.





