Putin expressou a Trump sua disposição de prorrogar tratado antinuclear
Putin disse que Trump fez muito para solucionar conflito com Coréia do Norte
Brasil e Mundo | Por Agência EFE 17/07/2018 10h00

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, comunicou nesta segunda-feira ao seu homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump, a disposição de Moscou a prorrogar o tratado Novo START para reduzir seus respectivos arsenais nucleares, que expira em 2021.

"Assegurei ao presidente Trump que a Rússia está pronta para estender este tratado, para prolongá-lo, mas temos que concordar os detalhes em princípio, porque temos algumas perguntas para os parceiros americanos", disse Putin em entrevista à emissora de televisão americana "Fox".

Putin afirmou que a Rússia não acredita que os EUA tenham cumprido completamente esse acordo, "mas isto é algo para que decidam os analistas".

Moscou criticou em repetidas ocasiões a instalação de sistemas de mísseis americanos no leste da Europa, enquanto Washington denunciou as supostas violações russas do Tratado INF, assinado em 1987 pela União Soviética e pelos EUA que eliminou todos os mísseis nucleares e convencionais de categoria curta e média.

Já quando foi perguntado sobre uma hipotética adesão da Geórgia e da Ucrânia à OTAN, Putin foi taxativo e avisou que a Rússia reagiria "negativamente".

"Para nós é uma ameaça direta e imediata contra a nossa segurança nacional, transferir esta infraestrutura da OTAN para as nossas fronteiras seria uma ameaça e a reação seria extremamente negativa", advertiu o chefe de Estado russo.

Estas declarações, gravadas em Helsinque, foram transmitidas horas depois que Putin e Trump tiveram sua primeira cúpula na cidade finlandesa.

Na entrevista à "Fox", Putin teve um leve desentendimento com o entrevistador que insistiu em perguntar-lhe sobre a suposta ingerência russa nas eleições presidenciais de 2016 nos EUA.

Quando o entrevistador mostrou ao presidente russo uma cópia da acusação do procurador-geral para o conluio russo, Robert Mueller, que na sexta-feira acusou formalmente 12 oficiais russos, Putin se recusou a pegá-la e pediu ao entrevistador que a pusesse em uma mesa que tinham ao lado.

Em seguida, Putin disse ser "absolutamente ridículo" que os americanos possam pensar que a Rússia pode ter influenciado nos pleitos presidenciais dos EUA.

Segundo sua opinião, "está muito claro que isto é usado na luta política interna e não é bom para a democracia dos Estados Unidos".

Para encerrar o assunto, o presidente russo ressaltou: "Não quero insultar o presidente Trump quando digo isto, e pode ser desrespeitoso, mas, antes que anunciasse que seria candidato à presidência, não era de nenhum interesse para nós".

Por outro lado, Putin acrescentou que outros assuntos dos quais falou com o seu homólogo americano foram o risco do terrorismo, a Síria e o programa nuclear do Irã.

Nesse sentido, opinou que Trump fez muito para solucionar o conflito com a Coreia do Norte, mas que para conseguir a total desnuclearização do país asiático são necessárias "garantias internacionais" e que a Rússia está preparada para contribuir.

Na questão da Síria, Putin reiterou que são os grupos terroristas, como o Estado Islâmico (EI), a Frente Al Nusra (antigo nome da ex-filial da Al Qaeda) e outras milícias similares, que desestabilizam o país árabe.

Diante das insistentes perguntas do entrevistador sobre as baixas civis causadas pela força aérea russa no território sírio, Putin lembrou em várias ocasiões a destruição "por parte da aviação dos EUA" na cidade de Raqqa, que era o reduto do EI na Síria.

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