Rendimento da poupança não acompanha evolução dos preços
Brasil e Mundo 11/02/2013 08h40

Além de corroer o poder de compra da população, a inflação traz preocupações para quem guarda dinheiro na mais segura das aplicações financeiras. Influenciada pelos juros baixos e pela nova regra adotada no ano passado, a caderneta de poupança rende cada vez menos e não acompanha a evolução dos preços.

Dados divulgados na última quinta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,86% em janeiro deste ano. Foi a maior variação mensal desde abril de 2005, quando a alta tinha somado 0,87%, e o maior percentual para o mês desde 2003.

A preocupação para quem fez depósitos em caderneta de poupança a partir de 4 maio de 2012 é que uma nova regra passou a valer para as cadernetas de poupança. A remuneração só será a Taxa Referencial (TR) mais 6% ao ano quando a taxa básica de juros (Selic) for superior a 8,5% ao ano. Caso fique abaixo, a remuneração passa a ser 70% da Selic mais a TR. Como a Selic está em 7,25% ao ano, neste momento vale a nova regra.

Mesmo antes do IBGE divulgar a inflação de janeiro, analistas de mercado, como o vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, já consideravam que as novas aplicações em poupança devem render menos que a inflação neste ano. “As aplicações tradicionais estão perdendo para a inflação. A inflação está corroendo parte da renda do brasileiro. Agora, se continuar, pode haver pressão por reajustes maiores de salário."

De acordo com o Boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada toda semana pelo Banco Central, as instituições financeiras estimam que a taxa Selic encerrará o ano em 7,25%, o que faria a poupança render 5,08% em 2013. Se for levada em consideração a expectativa de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) ficará em 5,5% neste ano, a poupança renderá 0,40% a menos que a inflação oficial.

Na avaliação de Oliveira, o Banco Central deve manter a Selic no atual patamar porque quer estimular o crescimento da economia. “O crescimento baixo faz com que o Banco Central mantenha a Selic, mesmo com a pressão sobre os preços”, analisa.

Para Oliveira, a inflação deve ser menor no segundo semestre deste ano. “Este mês ainda tem o impacto do reajuste dos combustíveis. No segundo semestre, o governo não espera que as pressões se repitam. Não haverá aumento do preço dos combustíveis e também há expectativa de uma safra maior, o que reduz os preços dos alimentos”, disse.

O governo já sinalizou preocupação com a inflação se aproximando do teto da meta. Houve a redução do preços da energia e o pedido para que as prefeituras não aumentem o preço dos transportes.

Oliveira também destacou que o governo mudou, recentemente, de estratégia em relação ao dólar. Na avaliação dele, a estratégia do governo anteriormente era desvalorizar o real para que os produtos brasileiros tivessem  mais competitividade lá fora. Agora, com a inflação em alta, é mais vantajoso ter o dólar um pouco mais baixo, porque reduz o custo da importação de insumos e matérias- primas, com reflexos nos preços no país.

Fonte: Agência Brasil

Mais Notícias de Brasil e Mundo
Anvisa regulamenta importação de remédios e vacinas por estados
11/03/2021  09h33 Anvisa regulamenta importação de remédios e vacinas por estados
Empresas poderão adquirir das farmacêuticas vacinas contra a Covid-19
Marcelo Camargo/Agência Brasil
11/03/2021  09h02 Com aumento de mortes por covid19, estados reforçam restrições
Saiba quais são as medidas adotadas em cada estado brasileiro
Japão lembra hoje 10 anos de terremoto, tsunami e acidente nuclear
11/03/2021  08h59 Japão lembra hoje 10 anos de terremoto, tsunami e acidente nuclear
Tremor de magnitude 9 na escala Richter deixou 18,5 mil mortos
Foto: Agência Brasil/Arquivo
10/03/2021  22h21 Covid-19: Brasil registra 2.286 mortes e 79 mil casos em 24h
Foi novo recorde de mortos, acima do registrado ontem (9), quando houve 1.972
Estudos mostram eficácia da CoronaVac contra três variantes do vírus
10/03/2021  17h08 Estudos mostram eficácia da CoronaVac contra três variantes do vírus
Análises estão sendo feitas pelo Butantan em parceria com a USP