Socorro aparece como uma das cidades mais violentas do Brasil
Números foram apresentados nesta segunda-feira (5) pelo Ipea
Brasil e Mundo | Por Saullo Hipolito* 05/08/2019 10h58 - Atualizado em 05/08/2019 19h36

Em levantamento divulgado na manhã desta segunda-feira (5), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a cidade sergipana de Nossa Senhora do Socorro, na Grande Aracaju, foi colocada como uma das 20 mais violentas do país. A pesquisa é baseada no Atlas da Violência e analisou mais de 300 cidades médias e grandes do país.

De acordo com o instituto, para medir o nível de violência, foi analisada a taxa de homicídios por 100 mil habitantes nos municípios brasileiros no ano de 2017. Os números permitem identificar que as cidades mais violentas e menos violentas apresentam também grande diferença entre os índices de desenvolvimento humano.

Os números apontam que as cidades mais violentas estão no Norte e Nordeste, ao todo são 18 das 20 listadas. A que apresentou maior indíce de mortos em 2017 foi a cidade de Maracanaú, no Ceará, com 145,7 homicídios para cada 100 mil habitantes.

Ainda de acordo com a lista, as outras 18 cidades mais violentas são: Altamira-PA, São Gonçalo do Amarante-RN, Simões Filho-BA, Queimados-RJ, Alvorada-RS, Porto Seguro-BA, Marituba-PA, Lauro de Freitas-BA, Camaçari-BA, Caucaia-CE, Cabo de Santo Agostinho-PE, Marabá-PA, Ananindeua-PA, Fortaleza-CE, Mossoró-RN, Vitória de Santo Antão-PE, Rio Branco-AC e Eunápolis-BA.

O que diz o Ipea

Para o instituto, a alta taxa de violência pode estar associada à falta de educação, desenvolvimento infantil e mercado de trabalho, índices de desenvolvimento humano. As cidades mais violentas têm, em média, 60% da taxa de atendimento escolar das menos violentas, e o percentual de jovens de 15 a 24 anos que não estudavam, não trabalhavam e eram vulneráveis à pobreza era quatro vezes maior.

O coordenador do estudo, Daniel Cerqueira, avalia que políticas focalizadas em territórios vulneráveis são a luz no fim do túnel, com iniciativas voltadas para o desenvolvimento infanto-juvenil e para as famílias mais pobres. Ele defende ainda um reforço na qualificação policial e a melhora das condições de encarceramento.

Procurada por F5 News, a prefeitura de Nossa Senhora do Socorro afirmou, por meio da Secretaria de Comunicação, que o Governo do Estado é o responsável pela segurança pública e é quem deve se pronunciar sobre o caso.

O Estado, por meio da Secretaria de Segurança Pública (SSP), apresentou dados que mostram que em um ano o município obteve uma redução de 32% dos casos de homicídios dolosos entre 2017 e 2018. No ano passado, houve 91 casos registrados, enquanto que no anterior foram 134 homicídios dolosos, o mesmo número registrado em 2016. A taxa em 2016 foi de 74,58 homicídios para cada 100 mil habitantes, reduzindo para 73,66 em 2017 e 50,14 em 2018.

A pasta esclarece ainda, que apesar do estudo em Socorro, o Ipea faz uma avaliação positiva sobre todo o Estado de Sergipe, que vinha tendo forte crescimento da taxa de homicídio nos anos anteriores. De acordo com os dados informados, o estado obteve em 2017 uma redução de 11,3%, que seria o resultado das ações integradas entre as polícias.

"Uma explicação possível poderia ser relacionada o retorno à média da taxa de crescimento da última década. De fato, enquanto nos nove anos anteriores a média anual de crescimento era de 10,8% ao ano, entre 2014 e 2016 o crescimento médio anual foi de 14,4%. Assim, devido ao patamar de mortes atipicamente alto em 2016, observou-se uma redução das mortes no último ano. Uma explicação alternativa passa pelo amadurecimento da reorganização do trabalho policial levada a cabo desde 2015, quando se passou a promover maior articulação das agências policiais (SSP, PM, especializadas, DHPP, etc.) e uso de indicadores estatísticos e análise criminal para a construção de diagnósticos locais sobre a dinâmica da violência", respondeu a SSP, conforme a avaliação do Ipea.

* Com informações da Agência Brasil.

Atualizado para acréscimo de informações da SSP

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