Vacina britânica apresenta resultado promissor contra a Covid-19
Vacina de Oxford conseguiu criar resposta imune ao novo coronavírus Brasil e Mundo | Por Fernanda Araujo* 20/07/2020 16h00 - Atualizado em 21/07/2020 08h01A chamada "vacina de Oxford" - em alusão à universidade britânica que a desenvolve em parceria com a multinacional farmacêutica AstraZeneca - apresentou resultados preliminares positivos em testes clínicos que foram divulgados na revista científica The Lancet, na manhã desta segunda-feira (20).
Segundo o estudo publicado, a candidata à vacina ChAdOx1 nCoV-19 (ou AZD1222) indica ser segura no combate ao novo coronavírus quando se mostrou eficaz para a defesa do sistema imunológico, levando à produção de anticorpos em 28 dias e de glóbulos brancos (células T), atingindo um pico de 14 dias depois da vacina, capaz de atacar células infectadas. No entanto, ainda não se sabe se haveria uma imunidade a longo prazo.
Esse foi o resultado dos testes das fases 1 e 2 dos estudos, que envolveram 1.077 voluntários saudáveis. Os dados foram coletados entre os dias 23 de abril e 29 de maio. Os testes ainda ocorrem. No Brasil, desde junho mais de mil pessoas já receberam as doses como parte da fase 3 de estudos clínicos e serão acompanhadas por um ano. É a última etapa antes do registro, num estudo liderado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Os testes ocorrem também no Reino Unido e na África do Sul.
O estudo não apresentou efeito colateral grave, mas apontou alguns leves. Cerca de 70% das pessoas envolvidas nos testes tiveram febre ou dor de cabeça. Outras também tiveram fadiga, dor no local da injeção, dores musculares e calafrios. No entanto, de acordo com a divulgação, os efeitos colaterais foram brandos, com mais frequência do que ocorre em um grupo de controle, e puderam ser reduzidos ao tomar paracetamol.
Os pesquisadores utilizaram uma versão atenuada de um vírus comum de resfriado responsável por causar infecção em chimpanzés. O vírus foi alterado geneticamente para que não cresça em humanos e recebeu uma das principais proteínas do coronavírus Sars-CoV-2, que causa a Covid-19.
Apesar de ainda ser cedo para afirmar que a vacina vai ajudar no combate à pandemia e dela ainda ter que passar por outros estudos, os pesquisadores acreditam que os resultados preliminares são promissores. Segundo eles, são necessários mais estudos antes da confirmação de que a vacina protege efetivamente contra a infecção e determinar por quanto tempo a proteção dura.
No mundo, já são quase 140 iniciativas para o desenvolvimento de vacina contra o novo coronavírus, a serem submetidas a estudos. Algumas já iniciaram testes clínicos e outras estão em etapa avançada de análise de eficácia.
Diversos países assinaram acordos com a AstraZeneca para obter a vacina caso ela seja eficiente, segura e obtenha aprovação regulatória. Um dos acordos foi feito com o governo brasileiro e prevê que a vacina seja produzida no país pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A estimativa inicial é de uma produção de um milhão de doses até setembro, dependendo de como os testes em estágio avançado serão concluídos, informou um pesquisador em Londres.
*Com informações da BBC News, Exame e Agência Brasil





