Bares e restaurantes: desemprego atinge cinco mil pessoas em Sergipe
Cerca de 500 estabelecimentos devem fechar as portas de vez no estado Economia | Por Aline Aragão 14/08/2020 08h00O setor de turismo, lazer e entretenimento é um dos mais abalados pela crise provocada pelo Novo Coronavírus e nessa conta estão os bares e restaurantes que, em Sergipe, somam cerca de 40 mil pessoas de carteira assinada. Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (SE), cerca de 500 estabelecimentos não têm condições de reabrir e o desemprego atinge cinco mil pessoas no segmento.
"São cinco mil empregos formais perdidos, sem contar com os informais. A gente vem dizendo ao governo o tempo todo que não tem mais como garantir os empregos. A situação está tão difícil que até quem demitir agora não vai ter como pagar as contas", lamenta o presidente da Abrasel-Sergipe, Augusto José de Carvalho.
O governador Belivaldo Chagas anunciou nesta quinta-feira (13) o início da Fase Amarela do Plano de Retomada da Atividade Econômica, e autorizou a reabertura de bares, restaurantes, lanchonetes e sorveterias a partir da próxima quarta-feira (19), com 50% da capacidade, seguindo todos os protocolos estabelecidos.
"Em reunião na semana passada a previsão era de reabrir dia 14, agora mudou para o dia 19 e com restrições, enquanto o governo adia, a situação só piora. Só a reabertura pode mudar o quadro atual", diz Augusto José.
A Abrasel critica as restrições impostas pelo Governo, a exemplo da proibição do sistema de rodízio nos estabelecimentos. "Que faça restrição de capacidade, distanciamento, mas restringir tipo de serviço é complicado. Imagina uma churrascaria sem o rodízio? Só vai agravar", reclama.De acordo com pesquisa do Sebrae, em todo país 54% dos estabelecimentos tiveram perdas acima de 75% no faturamento, um cenário que preocupa o setor, ainda mais quando o processo de reabertura se apresenta de forma lenta e sem incentivos.
"Além das restrições, a gente sabe que muita gente ainda vai ficar com medo de sair de casa, então esse será um processo lento e muitos não terão fôlego para se reerguer sozinhos. Não há incentivos por parte do Governo do Estado, e cerca de 70% dos que recorreram a empréstimos não conseguiram", explica.
De acordo com o decreto do Governo, a partir do dia 19 os estabelecimentos poderão funcionar, de terça-feira a domingo, obrigando-se a processo de desinfecção às segundas-feiras.





