Da Redação

A crise econômica tem obrigado os brasileiros a fazer ajustes em suas contas, sobretudo quando o assunto é inserir mais despesas no orçamento. Um levantamento feito em todas as capitais pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), divulgada nesta terça-feira (6), mostra que mostra que 41,2% dos consumidores pretendem gastar menos com presentes no Dia das Crianças deste ano, em comparação com a mesma data do ano passado.

A expectativa média de gastos é de R$ 160, o que representa 43% a menos do que em 2014, quando cada consumidor planejou desembolsar até R$ 280 para garantir o presente da garotada.  "Tal resultado pouco animador é reflexo direto da situação econômica. Com o avanço da inflação e piora nos indicadores de emprego, o brasileiro se depara com menos renda disponível", avalia o economista Honório Pinheiro, presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). "Isso resulta em gastos mais modestos ao longo de 2015, seja pela necessidade de se ajustarem a um orçamento mais apertado, seja por estarem temerosos de que a crise ainda se estenda por mais tempo", completa.

De acordo com a pesquisa, para 22,1% dos entrevistados o endividamento é a principal razão para a diminuição dos gastos no Dia das Crianças. Outros motivos relatados pelos entrevistados foram a inflação e a instabilidade econômica (17,0%), além da necessidade de economizar (14,2%).

Para o presidente da CNDL, é forte o impacto da piora das condições da economia brasileira, aliada ao aumento nos preços dos produtos e serviços por conta da inflação. Porém, ainda que a crise econômica impacte na desaceleração das vendas desse ano, os presentes não irão faltar. Mesmo que pretendam gastar menos, a maioria dos entrevistados garante que vai comprar algum presente para seus filhos (57,2%), sobrinhos (22,4%) e/ou netos (17,4%).

O levantamento do SPC Brasil mostra que, em média, os entrevistados pretendem comprar dois presentes e, para 42,6%, as despesas não ultrapassarão os R$ 100. Por outro lado, 42,9% dos entrevistados afirmaram que ainda não sabem ou não decidiram o valor da compra.

O estudo também mostrou que a maioria dos consumidores pretende pagar os presentes utilizando dinheiro (49,5%), em especial os das classes C, D e E (56,2%). A segunda forma de pagamento mais citada foi o cartão de crédito parcelado (22,2%). Entre os que irão parcelar, três ou quatro vezes são as opções mais usuais entre os entrevistados.

"Com a atual conjuntura econômica, em que as pessoas se veem obrigadas a cortar despesas para driblar a inflação e estão menos seguras em seus empregos, o ideal é evitar o abuso de parcelamentos e realizar todos os pagamentos à vista", recomenda a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. "Nesse ponto, quase a metade dos entrevistados está indo pelo caminho certo, ao pagar em dinheiro".

O Dia das Crianças é uma das datas comemorativas mais esperadas pelo setor varejista em todo país, mas a retração no volume de vendas vem se acumulando ao longo dos anos. Todas as datas comemorativas deste ano já apresentaram queda nas vendas, em comparação com o ano anterior: -4,93% na Páscoa; -0,59% no Dia das Mães; -7,82% no Dia dos Namorados e -11,21% no Dia dos Pais.

Em entrevista recente a F5News, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Aracaju, Brenno Luiz Barreto, afirmou que a expectativa de vendas do comércio aracajuano ainda é incerta e apesar da economia instável, os comerciantes não esperam uma queda maior que 2% nas vendas.  Veja aqui como comemorar sem gastar muito.

*Com informações do SPC Brasil

Foto Ilustrativa: Aruqivo  F5 News