Caderneta de poupança volta a ser aplicação financeira mais segura
Economista explica que momento exige precaução e menos riscos
Economia 07/04/2013 10h30

Por Sílvio Oliveira

A caderneta de poupança já foi o filão, tanto das classes brasileiras mais abastardas, quanto das menos favorecidas economicamente em meados dos anos 80 para 90. Mas com as mudanças apresentadas na economia brasileira, deixou de ser tão rentável assim. Com a Bolsa de Valores de São Paulo oscilando nos dois últimos anos e o Governo Federal apontando que poderá haver aumento dos juros, as aplicações de risco passaram a ser vistas com prudência e a poupança voltou a ser a aplicação de mais segurança em momento de instabilidade econômica.

Segundo o economista Ricardo Lacerda (foto abaixo), há momentos em que se deve arriscar mais e em outro período, ser mais precavido. Ele analisa que o momento atual exige arriscar menos, além de ser prudente e conservador, ao tomar decisões de investir nas aplicações financeiras. “É sempre importante guardar parte do dinheiro para aplicações. O investimento mais seguro no momento é a caderneta da poupança”, afirmou.

Ricardo Lacerda analisa que o período passa por certa instabilidade. A Bolsa de Valores de São Paulo não teve bom andamento em 2012 e inicia 2013 com o mesmo patamar de risco. “Deve-se buscar coisas mais seguras, porque, às vezes, buscar uma aposta mais agressiva, em determinados papéis, é ver seu financiamento frustrado e ver até perdas”, explicou.

Conforme Lacerda, nesse momento o mais prudente é colocar o recurso em aplicações para não perder da inflação e que no futuro, quando o mercado começar a ficar mais claro, o destino da economia ficar mais definido, se pense de forma mais objetiva na aplicação. “O momento hoje está muito instável, turbulento e nublado. Por conta dessa falta de estabilidade econômica, é um momento de se ser mais prudente e conservador nas aplicações”, reforça.

Perfil do investidor

Pesquisas apontam que quatro entre dez brasileiros investem em aplicações financeiras. Mas definir em qual aplicação se deve investir não é tarefa fácil. Rentabilidade e segurança aliada à liquidez são os itens indispensáveis para os aplicadores. As ações estão entre os principais investimentos de maior risco. A poupança tem maior segurança, maior liquidez, mas é menos rentável.

“Depende do perfil do investidor: se é uma pessoa jovem, com mais idade, casada, solteira.  Hoje é momento de precaução para todos os perfis. Deve investir em aplicações mais seguranças e tradicionais e esperar mais um pouco para ver o que vai acontecer com a economia brasileira”, avaliou.

De maneira geral, uma pessoa de idade mais avançada não pode arriscar tanto porque pode colocar em jogo a aposentadoria e não vai ter tempo de se recuperar. Uma pessoa mais jovem pode separar 20 a 30% para algo mais de risco, porque o que tem mais risco é o que também pode ser mais rentável, em determinados períodos da economia.

Pré-fixadas e pós-fixadas

Ricardo Lacerda fez um balanço e disse que, por conta da pressão da inflação e da possibilidade do Governo Federal elevar as taxas de juros, as aplicações pós-fixadas são mais interessantes que as pré-fixadas.

Ele explicou que as pós-fixadas são aplicações vinculadas a alguns índices e só são corrigidas depois que se sabe da evolução desse índice. Na pré-fixada, o investidor já sabe quanto vai receber. “Como há uma expectativa que a inflação pressione e que o governo em 2013 eleve a taxa de juros, a sugestão é que aplique nas pós-fixadas”, indicou.

Quanto às aplicações em ações, o que neste momento significa dizer que é uma aplicação de risco, o economista explica que, como o mercado de consumo tende a crescer bastante, os analistas apostam em ações de varejistas, ou seja, em empresas voltadas para a classe C. Mesmo assim, não significa garantia de rentabilidade, por ser um mercado de instabilidades.

Fotos: Divulgação

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