Com loja fechada, empresário vai descartar mais de 300 pares de sapatos
Ele alega que o material foi deteriorado pelo mofo em sua loja no centro de Aracaju Economia | Por Aline Aragão 22/07/2020 17h30 - Atualizado em 23/07/2020 09h39Um ato de protesto ou um pedido de socorro? O empresário Raimundo Xavier, que atua no ramo de calçados há mais de 20 anos, já não sabe o que fazer. Com a loja fechada há mais de quatro meses, devido a pandemia do Novo Coronavírus, ele viu as mercadorias se perderem no estoque e sem ter como vender os produtos, decidiu descartar cerca de 350 pares de sapatos, em frente à loja, no Centro de Aracaju (SE).
“É um absurdo toda esta arbitrariedade e insensibilidade. Eu tive que pegar empréstimo pra poder dar o que comer à minha família, pois eu vivo disso e estou sem renda há mais de quatro meses. Se eu não tivesse conseguido esse dinheiro eu estaria literalmente passando fome”, lamenta Edmundo.
O empresário explica que não se trata de um protesto, ele quer apenas mostrar à sociedade e aos governantes a realidade, o que vêm passando os pequenos e médios empresários, com os decretos que estabeleceram o fechamento de parte do comércio. “Há muita gente passando fome. A situação é caótica e chegamos ao fundo do poço”, desabafa.
Ele explica ainda que os calçados não podem ser vendidos, porque estragaram ou perderam a garantia. "A cola tem validade, e com a loja fechada há tanto tempo, os calçados mofaram. Esse estoque está lá há mais de quatro meses. Choveu bastante nos últimos meses e isso contribuiu para a criação de mofo e bolor", disse.
O lojista disse também que não é uma doação, mas não vai impedir que as pessoas levem os produtos para casa. Essa é a terceira vez que o empresário perde um lote tão grande de produtos, sendo agora um prejuízo estimado em cerca de R$ 40 mil.
O descarte está programado para acontecer nesta quinta-feira (23), no calçadão da rua São Cristóvão, no trecho próximo à rua da Frente. F5News não divulga o horário para não ser instrumento de estímulo a eventuais aglomerações.
Segundo o coordenador do Movimento Brasil200, Lúcio Flávio Rocha, outros empresários estarão se juntando ao ato em solidariedade ao lojista.





