Comércio tenta atrair consumidores com promoções e prazos maiores
Em Sergipe, rede de supermercados promove queima de estoque Economia 07/04/2016 12h15Por Will Rodriguez
Em tempos de instabilidade econômica, o comércio varejista não pensa em outra coisa a não ser atrair compradores. E para alcançar esse objetivo a aposta da vez são as promoções e as facilidades nas condições de pagamento, sobretudo porque, do outro lado do balcão, os vendedores têm se deparado com consumidores cada vez mais cautelosos. E não é pra menos, afinal, economistas ainda apontam que o cenário é de incertezas.
Um levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Contabilidade e Administração (Anefac) mostrou que, depois de quase 12 meses estacionado, o aumento de prazo de pagamento apareceu pela primeira vez nos resultados da pesquisa de condições de crédito. O prazo médio para compra de móveis e eletroeletrônicos, que girou em torno de nove meses no último ano, foi esticado para 12 em fevereiro deste ano, o mesmo patamar de fevereiro de 2015.
Em Sergipe, as lojas do GBarbosa, uma das maiores redes varejistas do estado, realizam até esta sexta-feira (8) um saldão de queima de estoque com descontos que, segundo a marca, podem chegar a R$ 400 e parcelamentos em até 15 vezes sem juros no cartão. “São parcelamentos que propiciam ao cliente estabelecer valores suaves mensais para adquirir produtos sem comprometer o orçamento familiar”, diz o gerente de marketing do supermercado, Thiago Donald.
A intenção é manter o poder de compra do consumidor e assim enfrentar as constantes quedas no volume de vendas. Com um crescimento tímido de 0,1% no primeiro mês deste ano, o comércio varejista sergipano acumula uma retração de 15,9% em vendas, na comparação com o ano passado, segundo pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Sergipe (Fecomércio-SE).
“Abrimos sempre as lojas mais cedo no primeiro dia para garantir que todos sejam atendidos com o máximo de agilidade. Nosso fluxo nos dias de Saldão aumenta 40% e os clientes encontram um clima de alegria e festa na loja. O resultado esperado é que cresçamos 30% em vendas de eletros em relação ao mês de março”, observa Donald.
Custo benefício
Esse movimento de flexibilizar as condições de pagamento para impulsionar as vendas pode reduzir o valor desembolsado pela prestação, apesar de aumentar o risco para quem vende o produto. No entanto, lojistas estão resguardados porque, segundo a Anefac, as taxas de juros aumentaram nos últimos meses para cobrir as possíveis perdas provocadas pelo aumento da inadimplência.
A economista da Fecomércio/SE, Sudanês Pereira, salienta que consumidores devem ter cuidado para que as compras não acabem se tornando uma armadilha. “Os juros atuais praticados no Brasil estão extremamente elevados, o consumidor, ao parcelar suas compras, geralmente não consegue enxergar as taxas cobradas, tendo em vista que ele não percebe que os juros são acrescentados ao preço total do produto”, ressalta.
Além disso, a especialista ainda acrescenta que a instabilidade da economia está levando os empresários a cortarem custos e reduzir mão de obra, ou seja, o consumidor nem sempre considera a possibilidade de desemprego. “Essa é uma variável importante a ser considerada ao decidir comprar um bem. O ideal seria comprar à vista, ou em parcelas curtas de no máximo três meses, para bens que são realmente indispensáveis”, recomenda Sudanês Pereira.
Foto: cedida pela assessoria de comunicação


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