Crise da pandemia
Construção Civil perde mais de 600 postos de trabalho em abril
Setor aguarda julgamento de recurso no STF para retomar atividades em Sergipe
Economia | Por Aline Aragão 28/05/2020 18h30 - Atualizado em 28/05/2020 18h31

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta semana revelam que entre os setores mais afetados pela pandemia em Sergipe está a Construção Civil. Dos mais de 4.833 postos de trabalho fechados no mês, 663 foram nesse segmento.

Segundo o Sindicato da Construção Civil de Sergipe (Sinduscon/SE), a situação em Sergipe é complicada, já que todas as obras estão paradas por determinação da Justiça do Trabalho. Um decreto do Governo do Estado autorizou somente as obras consideradas essenciais, a exemplo de intervenções em ruas e avenidas e construção de hospitais. 

Sobre a liminar que paralisou as obras no estado, o presidente do Sinduscon, Ubirajara Madureira Rabelo, diz que o sindicato recorreu da decisão no Supremo Tribunal Federal (STF) e aguarda julgamento do recurso previsto na pauta desta quinta-feira (28). A questão deve será analisada pelo ministro Ricardo Lewandowski.

Para o presidente do sindicato, o impacto da paralisação total dos serviços é imensurável. "Mesmo que as obras sejam liberadas amanhã, continuaremos sendo afetados por esta pandemia. As pessoas estão receosas, ninguém sabe como vai ser amanhã, como o mercado vai se comportar", diz

Segundo a Associação dos Dirigentes das Empresas do Mercado Imobiliário de Sergipe (Ademi/SE), mais de 20 mil trabalhadores diretos e indiretos, somente na atividade imobiliária, estão sem trabalhar o estado. Conforme o presidente da entidade, Paulo Nunes, a interferência da Justiça do Trabalho, mesmo após decretos do Estado e do Governo Federal, que determinaram a atividade como essencial, foi uma surpresa para todo o setor. 

Paulo Nunes lamenta a situação da indústria de imóveis sergipana. "Se essa paralisação perdurar por mais tempo, a tendência é uma demissão em massa", antecipa.

Ele diz que muitas empresas já tinham adotado medidas na parte administrativa, como a adoção de home office para alguns funcionários e reuniões por videoconferência. "Está acontecendo uma revolução imensa. Algumas empresas estão fazendo reestruturação interna de seus softwares, para que as pessoas possam trabalhar em casa, para poder se adaptar a esse 'novo normal'”, afirma.

Paulo avalia ainda que é possivel retomar as atividades, estabelecendo através de decreto que as empresas adotem as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ele cita o uso obrigatório de máscaras, lavar as mãos com frequência ou usar álcool gel, distanciamento social e medição diária da temperatura corporal - "o que, aliás, já estava sendo feito rigorosamente nos canteiros de obras em Sergipe”, diz o presidente da Ademi.

Edição de texto: Monica Pintosh
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