Coronavírus: álcool em gel fica cinco vezes mais caro em Sergipe
Preço da máscara descartável também quadruplicou, aponta estudo
Economia | Por Fernanda Araujo 15/04/2020 15h00

A crise do coronavírus impactou no preço do álcool em gel e de outros itens farmacêuticos e de proteção individual em Sergipe. Uma análise do Boletim Semanal de Impacto na Economia Sergipana, publicada nesta terça (14), aponta o comportamento dos principais segmentos da economia sergipana diante da pandemia da Covid-19 e revela um crescimento tanto no preço, quanto na venda de itens de proteção.

A análise comparativa entre 1º de março a 5 de abril revela que o consumo e o preço do álcool em gel a 70% (unidade de 500ml) aumentaram significativamente em comparação ao mesmo período de 2019. "Fato principalmente devido à conscientização em massa da população quanto à necessidade deste tipo de higienização", diz o estudo.

O produto chegou a custar, em média, principalmente no final do mês de março e início de abril, cerca de cinco vezes mais que no mesmo período de 2019. No período do ano passado, o preço era de R$ 5; no deste ano, no começo do mês de março já se verificava uma média de R$ 10, e passou a custar cerca de R$ 20 entre o final do mês e a primeira semana de abril.   

A quantidade de unidades vendidas em 2020, comparada ao mesmo período em 2019, também saltou de 3.383 mil para 31 mil unidades, significando um aumento de quase 1.000%.

As máscaras descartáveis também tiveram um salto. Conforme o estudo, o preço delas chegou a ser quatro vezes o observado em 2019, aumentando também a quantidade vendida no período posterior às medidas de isolamento - um consumo de 1.757 itens no período em 2020, sendo 540 ano passado. Nas datas analisadas em 2019, o preço médio era de R$ 10, mas no começo do mês deste ano já estava em R$ 20, e depois chegou a custar em média R$ 40. Entre 22 de março a 5 de abril, variou de R$ 10 a 25.

A quantidade de toucas descartáveis vendidas também aumentou, cerca de quatro vezes, comparada à quantidade vendida em 2019. 

Para o medicamento Reuquinol, principal nome comercial do Sulfato de Hidroxicloroquina, houve uma explosão na compra entre 15 e 22 de março desde ano, quando atingiu um pico de quase 500 vendas. Enquanto em todo o período analisado do ano passado foram 797 medicamentos vendidos, este ano saltou para 1.622. 

"Em 20 de março de 2020, a Anvisa decidiu que a compra da Hidroxicloroquina só poderia ser feita com retenção de receita. Assim, verifica-se uma queda no valor do medicamento, ao contrário do esperado pelo aumento da demanda", pontua o boletim.

Na primeira semana de março deste ano, o preço saltou para R$ 70 - aumento em torno de 10% em relação ao mesmo período de 2019 quando custou em torno de R$ 64 - depois sofreu uma queda e, em seguida, atingiu quase R$ 80 em 8 de março, o maior valor do período. Em 22 de março, obteve preço médio de R$ 68. O maior valor no período avaliado no ano passado foi de cerca de R$ 74.

O estudo utiliza como referência a emissão de notas fiscais no Estado, fazendo uma análise comparativa dos números entre a primeira e a segunda quinzena de março e ainda nos primeiros oito dias de abril. Na publicação, a avaliação também é realizada sobre setores específicos, como combustíveis, abrangendo ainda outros nichos da economia, como supermercados.

Segundo o Governo, essa comparação se faz necessária por haver uma tendência natural de se realizar compras em maior número nos primeiros dias do mês, que correspondem ao período em que, normalmente, são pagos os salários. Confira o boletim na íntegra no site da Sefaz (sefaz.se.gov.br), que é atualizado semanalmente.
 

Edição de texto: Monica Pintosh
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