Décimo terceiro deve injetar R$ 1,6 bilhão na economia sergipana
Economista recomenda que o trabalhador use o benefício para regularizar finanças
Economia | Por Fernanda Araujo 30/11/2018 12h50 - Atualizado em 30/11/2018 14h02

O décimo terceiro salário deve injetar R$ 1,6 bilhão na economia sergipana até dezembro deste ano, um aumento de menos de 1% em relação ao ano passado, com o montante de cerca de R$ 1,5 bilhão. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) estima 753 mil sergipanos beneficiados, a maior parte trabalhadores da iniciativa privada e servidores públicos inativos. Cerca de 47% são aposentados do regime próprio de previdência e do Estado.

Esta sexta-feira (30) é o último dia para o pagamento da primeira parcela do benefício aos servidores públicos, o que deve injetar cerca de R$ 800 milhões no estado sergipano, segundo o economista Luiz Moura. “É uma remuneração importante, o comércio se prepara para receber os consumidores que vão receber essa primeira parcela. O próprio comércio já está vivendo o clima de festa de final de ano e com certeza isso vai impulsionar as vendas”, analisa.

O 13º corresponde a cerca de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, um extra importante para aquecer a economia, mas também uma oportunidade para quitar as dívidas acumuladas ao longo do ano. Uma pesquisa recente da Confederação Nacional do Comércio (CNC) revelou que 62% das famílias brasileiras estão endividadas – a maioria no cartão de crédito –; desses, 10% não terão condições de limpar o nome, o que vai engrossar a inadimplência no país, onde se registra 63 milhões de brasileiros negativados.

A maior parte do décimo deve ser usada pelos sergipanos para o pagamento de dívidas, segundo o economista. “Existe hoje movimentação das empresas de crédito para tentar tirar o nome da pessoa do SPC, Serasa, porque sabe que essa remuneração pode ser utilizada para isso. A população brasileira em sua grande maioria é honesta. Ganha em média dois salários mínimos, não consegue comprar tudo que deseja à vista, parcela e, é claro, por um imprevisto não paga alguma parcela”, diz Luiz Moura.

Quem paga a dívida, ainda assim tem a possibilidade de renovar o crédito. O risco, porém, segundo Moura, é entrar num outro débito ainda maior, como é o caso do cartão de crédito, que cobra juros de 15% ao mês. Por isso, é preciso avaliar suas prioridades.

Como usar o décimo?

Se está endividado, Luiz Moura orienta que o consumidor priorize os juros mais elevados e use a primeira parcela para quitar o cartão de crédito. Outra recomendação é utilizá-la na prestação da casa ou na dívida do carnê e cheque especial, que também possuem juros elevados.

“É bom lembrar que uma parcela pequena da população que recebe o décimo pode sim ter uma reserva para o final do ano. Tem pessoas que conseguem economizar e se prevenir para o inicio do mês de janeiro, que é extremamente carregado de compromissos, como IPTU, IPVA, matrícula e material escolar. Aquele que tem condições faça a reserva já no início do mês”, ressalta.

O final do ano também é momento de festa e confraternização. Para não deixar passar em branco, parte da reserva também pode ser usada na compra da ceia de Natal e dos presentes da família. “Neste caso a prioridade é o presente dos filhos, depois o cônjuge e por último os amigos, quando for participar do amigo secreto, como é comum. Se ele tiver esse comportamento, pode entrar no início do ano sem dívida e com reserva”, afirma o economista.

O SPC Brasil também aconselha que o consumidor não use o décimo terceiro para fazer mais dívidas e procure comprar à vista para negociar descontos e não se atrapalhar com as parcelas no começo do ano.

Foto: reprodução internet

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