Divisão do ICMS do comércio eletrônico vai privilegiar Norte, NE e CO
Economia 22/04/2012 23h04

As regras de redistribuição do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente sobre produtos comprados pela internet, no chamado comércio eletrônico (e-commerce), já estão prontas para ser votadas na quarta-feira (25) pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). No parecer que elaborou para a proposta de emenda à Constituição (PEC), o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), defende que, na hipótese de uma alíquota média de 17%, a partilha do imposto seja de 7% para o estado de origem (onde estão sediadas as lojas virtuais) e 10% para os estados compradores, de destino da mercadoria.

A regra valerá quando as transações comerciais envolverem estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste em operações com os demais estados. Como a maioria das lojas virtuais está sediada no Sul e no Sudeste, Calheiros argumenta que, se for mantida a atual regra de arrecadação do ICMS, os estados dessas regiões mais ricas reteriam todo o imposto oriundo das transações comerciais. "A fórmula constitucional atual permite tal anomalia, ao determinar a incidência da alíquota interna, geralmente elevada, em operações envolvendo mercadorias destinadas a compradores não contribuintes do imposto e localizados em outro estado".

Renan Calheiros destacou ainda o forte crescimento da venda pela internet nos últimos dez anos. De 2001 a 2011, o comércio eletrônico deu um salto de R$ 540 milhões para R$ 18,7 bilhões, a uma taxa de crescimento anual entre 26% e 76%.

Foi justamente esse crescimento do e-commerce que obrigou o Senado a rever a distribuição do ICMS nas transações interestaduais. O peemedebista disse que, se o comércio eletrônico ampliou a concorrência e trouxe benefícios ao cidadão, por outro lado, acarretou um desequilíbrio na relação entre os estados, geralmente em benefício dos estados mais ricos.

Calheiros frisou, em seu relatório, que, apesar da falta de dados sobre o comércio eletrônico por estado, é possível se ter "um noção" da balança comercial dos produtos negociados, tomando por base as vendas interestaduais a quem não é contribuinte do ICMS. As informações foram coletadas pela equipe técnica do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).

Essa análise do Confaz é utilizada pelo relator para justificar a proposta aos senadores da CCJ. O trabalho apresentado mostra que, de janeiro a maio de 2012, os estados superavitários no comércio interestadual foram São Paulo, com superávit de R$ 242 milhões; Santa Catarina (R$ 55,3 milhões); Rio de Janeiro (R$ 45,8 milhões); Goiás (R$ 40,5 milhões); Tocantins (R$ 5,6 milhões) e Espírito Santo (R$ 2,9 milhões).

Os principais déficits estão na Bahia (R$ 68,01 milhões); Distrito Federal (R$ 67,6 milhões); Minas Gerais (R$ 63,3 milhões); Pará (R$ 33,8 milhões); Pernambuco (R$ 29,6 milhões); Mato Grosso; Rio Grande do Norte e Maranhão (cerca de R$ 20 milhões cada). Alagoas e Ceará apresentam, cada um, déficit de R$ 15 milhões.

Mais Notícias de Economia
Foto: Agência Brasil/Reprodução
11/03/2021  17h40 Supermercados registram alta de 12% nas vendas de janeiro
Comparação é com o mesmo mês de 2020; setor espera Páscoa com 15% a mais nas vendas
Guedes diz que empresa poderá reduzir salário antecipando seguro-desemprego
11/03/2021  17h37 Guedes diz que empresa poderá reduzir salário antecipando seguro-desemprego
Governo pagaria R$ 500 por mês para evitar demissões
Foto: Agência Brasil/Reprodução
11/03/2021  14h45 Inflação da construção civil cai para 1,33% em fevereiro
IBGE diz que taxa é menor que a de janeiro: 1,99%
Foto: ASN/Reprodução
11/03/2021  13h21 Petroleira ExxonMobil planeja iniciar perfuração em solo sergipano
Trabalho será realizado em junho e tem a previsão de perfuração de até 11 poços
Foto: Raylton Alves/ Agência Ana
11/03/2021  10h12 IBGE: previsão da safra 2021 é de 263,1 milhões de toneladas
Soja teve aumento e continua batendo recordes