Estiagem preocupa Fease, que busca soluções para amenizar prejuízos da safra
Redução na produção de grãos já é evidente Economia | Por Saullo Hipolito* 23/07/2018 12h00 - Atualizado em 23/07/2018 12h11Técnicos projetistas, em conjunto com agentes financeiros do Banco do Nordeste e Banco do Brasil, se reuniram na manhã desta segunda-feira, na Federação de Agricultura e Pecuária de Sergipe (Faese), para discutir medidas visando amenizar as perdas na produção. Outro objetivo do encontro foi solicitar mais celeridade nos laudos e perícias para que o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) seja liberado e os produtores possam aproveitar massa verde e fazer silagem para os animais.
A previsão de produção de grãos em Sergipe para o ano de 2018 é preocupante, segundo a federação, principalmente porque o milho é o principal grão produzido no estado. Com relação ao ano anterior, estima-se uma redução de 50%. A média de produção de grãos é de 7200 quilos por hectare, podendo chegar a 12 mil quilos nas melhores áreas da propriedade.
O prejuízo da safra é equivalente ao valor de R$ 78 milhões, além de R$ 204 milhões que deixarão de ser movimentados na economia do estado, devido à estiagem ocorrida nessa safra. A produção de leite também será afetada com a queda na produção de grãos, com ênfase para os municípios produtores do Alto Sertão.
“Já detectamos que 50% das lavouras foram perdidas, bem como o leite. Isso vai impactar muito na economia sergipana, se somar o valor bruto de produção do milho com o leite, representa 730 milhões de reais”, afirma o presidente da Fease, Ivan Sobral.
Buscando criar subsídios para os produtores, a Faese, técnicos ligados à cultura do milho e assessores dos bancos estão realizando visitas nas lavouras dos municípios afetados, com o objetivo de sensibilizar os bancos a agilizar a liberação de áreas para produção de silagem, análise da cobertura do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e eventuais negociações de dividas pelo manual de crédito rural.
"Além do contato com os bancos locais, a Faese, junto com a CNA, fará as intervenções junto ao Banco Central e Ministério da Fazenda para aplicação do Manual de Crédito Rural para prorrogar as parcelas de investimento e parcelas saldos de custeio", afirmou Ivan Sobral.
Já foi solicitado o decreto de estado de emergência, segundo o presidente, que afirma a importância que isso seja assimilado o quanto antes pelos prefeitos, pois minimizaria os impactos dos agricultores, da economia e da crise hídrica.
Representantes dos bancos do Brasil e do Nordeste estiveram no local de reunião e explicaram quais documentações terão que apresentar, quais prazos e trâmites a seguir para obter o recurso. “É muito importante que o agricultor procure o projetista para que ele emita um laudo informando que ele plantou na data correta e utilizou toda a tecnologia, no segundo passo ele apresentará o laudo ao banco que acionará um perito na localidade para quantificar a perda, a partir daí, pode solicitar a cobertura pelo seguro”, afirmou o agrônomo do Banco do Nordeste, Braz Costa.Segundo ele, uma série de pontos críticos agrava tal situação. "O plantio fora do prazo é o mais comum, além da utilização de sementes que não passam pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e aquisições de insumos sem notas fiscais. Isso acontece por falta de conhecimento e orientação", disse.
Segundo a Federação de Agricultura e Pecuária de Sergipe (Faese), os maiores produtores de grãos são Carira, Simão Dias, Pinhão, Pedra Mole, Frei Paulo, Aparecida, Ribeirópolis e Lagarto.
* Estagiário sob supervisão da jornalista Fernanda Araujo.


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