Cimento
Fábrica recebe autorização do Governo para início de construção em SE
Secretário acredita no desenvolvimento da economia de Maruim e seu entorno
Economia | Por Fernanda Araujo 12/02/2020 15h00 - Atualizado em 13/02/2020 10h06

O projeto de instalação da fábrica de cimento e mina de calcário e argila recebeu autorização da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema) para  sua construção na cidade sergipana de Maruim. A Licença de Instalação foi concedida à Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), responsável pelo projeto, no final da noite desta terça-feira (11). A fábrica será a primeira da CSN no Nordeste e a terceira em todo o país, com investimento de mais de R$ 1 bilhão.

A estimativa da empresa é gerar 2.500 empregos diretos e outros 10 mil durante a construção da fábrica em dois anos na zona rural do município. Na produção, a previsão é que sejam gerados 500 empregos diretos e 2 mil indiretos, com capacidade de produzir por ano cerca de 4 milhões de toneladas de matéria-prima. Em uma área total de 560 hectares, no complexo está prevista a exploração de minério em 17,7 hectares por um período de estimado em dez anos.

No documento do órgão ambiental, com nove páginas, ao qual F5News teve acesso com exclusividade, a licença é válida por dois anos, vencendo em fevereiro de 2022. Foram estabelecidos prazos de 90 e 180 dias para que a companhia apresente à Adema documentos referentes ao projeto. A empresa busca agora a Licença de Operação - a última, que autoriza a exploração - que só deve ser concedida após todo o cumprimento das condicionantes da Licença de Instalação, conforme informou o presidente da Adema, Gilvan Dias. 

A operação é esperada pelo Estado, que aposta no desenvolvimento da economia de Maruim e entorno, com o aumento nas atividades comerciais, de transportes, de empregos e toda a cadeia produtiva - uma "Maruim antes e depois da fábrica", como situa o secretário de Desenvolvimento, José Augusto Carvalho. Ele acrescenta que em pleno funcionamento a fábrica vai gerar um movimento de 200 carretas de cimento por dia. "Isso é maior do que em Laranjeiras na época da Fafen funcionando e significa uma enormidade na necessidade da manutenção de caminhões, abastecimento, alimentação, serviços auxiliares, aumento na procura de pensões para hospedagem. Maruim é uma região empobrecida, e isso vai ser um alento", prevê.

Segundo o secretário, a jazida de calcário existente na região é o suficiente para sustentar a planta de cimento por cem anos. A chegada de um empreendimento desse porte, na sua visão, deve também atrair pequenas indústrias que precisam do fornecimento do produto e que antes precisariam se deslocar para outras regiões. "Ou seja, fábrica de bloquinhos de revestimento para calçamento de ruas, de pátio de estacionamento, vigas de porta, lajes premoldadas, de blocos de cimento etc", exemplifica José Augusto.

Depois do fechamento de empresas do ramo em Sergipe, a expectativa ainda para o secretário é que a fábrica dê um fôlego a mais no setor. "A economia do país como um todo já está dando sinais de que vai retomar e a retomada da construção civil num estado pequeno é uma coisa decisiva", avaliou o secretário.

Outra boa notícia para o Estado foi o anúncio da possível construção da refinaria da empresa Noxis Energy na Barra dos Coqueiros, que recebeu licença ambiental prévia e agora providencia a licença de instalação. "É um evento marcante, sem dúvida, a existência de uma licença prévia é sinal para o mundo que é possível construir uma refinaria em Sergipe", pontua José Augusto.

Preocupação ambiental

Ainda conforme o documento, descumprir as obrigações estabelecidas - como a violação de normas ambientais - implica na adoção de penas previstas em lei, além de suspender ou cancelar a licença. Em situação de emergência na fase de instalação, a Adema deve ser comunicada em 24 horas com descrição das causas e providências tomadas, não isentando a empresa da aplicação das penalidades.

No anúncio feito em outubro de 2019 sobre a chegada da fábrica, a CSN informou que contratou uma empresa para identificar os impactos que poderão ser causados na região e que pretende realizar programas socioambientais, além de atividades que evitem prejuízos ao meio ambiente, como produção a seco, sem o uso de água, reduzindo poluição do ar.

 

 

Edição de texto: Monica Pintosh
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