Hibernação da Fafen ameaça empregos e arrecadação de Sergipe
Petrobras apontou operação deficitária como justificativa para fechar a fábrica Economia | Por Fernanda Araujo e Will Rodriguez 31/01/2019 13h56 - Atualizado em 31/01/2019 14h38Após 36 anos em operação, a Fábrica de Fertilizantes da Petrobras em Sergipe (Fafen) começou nesta quinta-feira (31) o processo de hibernação, desligamento das máquinas para encerramento das atividades tão temido pelos trabalhadores petroleiros. Economistas e sindicalistas alertam para impactos na cadeia produtiva do estado.
A fábrica de Sergipe entrou em operação em 6 de outubro de 1982 e marcou um novo ciclo do desenvolvimento no estado. Desde 2014, a Fafen-SE conta com uma planta de produção de sulfato de amônia com capacidade para produzir até 303 mil toneladas/ano, o que correspondeu a 80% da exportação da região Nordeste naquele ano.
Em março de 2018, a companhia decidiu encerrar as atividades da fábrica ainda no ano passado, mas após intensas discussões com o grupo de trabalho para tentar viabilizar a continuidade da fábrica, a Petrobras descartou o fechamento da unidade. Porém, em novembro a estatal voltou atrás e causou surpresa ao governo do Estado, que afirmou não ter tido nova negociação para o fechamento da unidade no município de Laranjeiras.
Para o economista Rodrigo Rocha, o fechamento da unidade no estado, em especial, vai gerar perdas tanto na arrecadação e empregos diretos e indiretos, quanto causar impacto na cadeia produtiva envolvida. “O encerramento desta empresa é ainda mais traumático. A Fafen tem ligação direta e indireta com diversas empresas que podem reduzir suas atividades também”, aponta Rocha.
A Fafen-SE é uma unidade de fertilizantes nitrogenados com capacidade de produção total de ureia de 1.800 t/dia. Também comercializa amônia, gás carbônico e sulfato de amônia (também usado como fertilizantes, capaz de produzir até 303 mil toneladas/ano, equivalente a 80% da exportação da região Nordeste em 2014).
Mas, segundo a empresa, só tem dado prejuízos consecutivos. A estimativa é que, em 2017, as fábricas, também da Bahia, tenham dado prejuízo de 600 milhões de reais. A estatal já iniciou o processo de arrendamento com a pré-qualificação das empresas que manifestarem interesse nas licitações futuras. O processo ainda está sujeito à aprovação da Diretoria Executiva da Petrobras.
Segundo publicação do Diário Oficial da União em 16 de janeiro, o prazo para a conclusão dos procedimentos de venda é 22 de março, quando devem ser apresentadas as propostas. Até lá, declarou a Petrobras em Ação Judicial contra a hibernação, vão ser feitas manutenções periódicas nos equipamentos, como forma de preservar a estrutura da fábrica.
Ainda na avaliação do economista, em curto prazo deve haver demissões e queda de arrecadação para o Estado. “E no médio prazo pode ocorrer a redução das atividades de outras empresas, gerando mais demissões e maior perda de arrecadação”, considera.
Atualmente, segundo o Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro AL/SE), cerca de três mil empregos indiretos serão afetados. Com o possível arrendamento da fábrica a terceiros, o sindicato alerta ainda para uma posterior contratação de mão de obra a preço baixo e riscos ambientais, como vazamento de gás e de substâncias tóxicas, caso a segurança das atividades seja precarizada.
Ao F5 News, o governo do Estado afirmou que ainda busca alternativas para reverter a medida. O secretário geral de governo, José Felizola, esteve em Brasília tratando da pauta e ficou acertado que o governador Belivaldo Chagas solicitará uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro, ainda na primeira semana de fevereiro, quando ele voltar a despachar em Brasília.
Procurada pelo F5 News para tratar do assunto desde o começo desta semana, a Petrobras informou nesta quinta-feira (31) que ainda não vai se manifestar sobre a situação. O Portal está à disposição através do email jornalismo@f5news.com.br


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