Da Redação

O mês de fevereiro foi de alta para o setor automotivo sergipano, especialmente por conta do aumento no número de motocicleta vendidas. Com os constantes reajustes no preço da gasolina, muitos sergipanos estão preferindo andar sob duas rodas. Além disso, a obrigatoriedade do licenciamento dos ciclomotores também contribuiu para o saldo positivo.

No segundo mês de 2016, foram comercializadas 3.437 unidades de motocicletas, o que representa 48,08% a mais do que em janeiro. Se comparado ao mesmo período de 2015, o aumento chegou a 175,1%.

O técnico em Automação Industrial, Jean Correia, foi um dos sergipanos que resolveu deixar o carro na garagem e passou a se deslocar para o trabalho e outros compromissos sobre duas rodas. No caso dele, o motivo foi o corte de gastos com a gasolina. “O valor que eu gastava com combustível ao longo de uma semana é quase o mesmo que gasto durante o mês inteiro”, justifica.

Já a cabelereira, Renata Gonçalves, estava se preparando para comprar o primeiro veículo, mas na hora de fechar negócio optou pela moto com medo de não conseguir quitar o financiamento do carro. “Com essa crise a gente nunca sabe o dia de amanhã, nunca sabe quando pode perder o emprego, melhor comprar a moto agora e depois quando consegui me estabilizar, realizar o sonho do carro”, conta.

As queridinhas do sergipano foram a Shineray XY 50, que teve 1.133 unidades emplacadas, a Honda CG160 e Honda Pop 110I, com 299 e 250 unidades vendidas,  respectivamente,

Recuperação

O acréscimo nas vendas de motos ajudou o setor a se recuperar de um 2015 sofrido. No mês passado 4.717 veículos saíram das concessionárias sergipanas, um aumento de 31,6% em relação a janeiro e quase 60% a mais do que no mesmo período de 2015. Apenas os automóveis tiveram retração nas vendas, foram vendidas 889 unidades, quase 90 a menos que em janeiro, de acordo com informações da Federação Nacional de Distribuidores de Veículos Automotores (Fenabrave).

Nos primeiros dois meses de 2016, a Fenabrave e o Sincodiv-SE apontam a venda de 7.980 unidades, entre automóveis, comerciais leves e motocicletas. Já nos segmentos de caminhões e ônibus, foi registrada a comercialização de 87 unidades. Enquanto que implementos rodoviários e outros somam 232 unidades. Com isso, observa-se o total de 8.299 veículos comercializados no período de janeiro a novembro deste ano.

Contramão

A situação de Sergipe segue o caminho contrário ao do restante do país. Em todo Brasil, a fabricação de motocicletas recuou 6,5% em fevereiro, conforme levantamento da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo). Apesar do crescimento de 24,3% nas vendas no atacado em fevereiro, quando comparado ao mês anterior, as vendas caíram 32,7% em relação a fevereiro de 2015.

“O mercado de motocicletas, assim como outros setores da economia, é impactado pelo atual cenário de instabilidade política e econômica do País, atrelada à falta de confiança do consumidor. Desta forma, não descartamos a necessidade de uma revisão nas projeções do setor para 2016”, afirma Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo.

O único segmento que parece caminhar de vento em polpa é o das exportações. Em fevereiro, foi registrada uma alta de 70,6%, em relação a janeiro, e o expressivo crescimento de 128,5%, em comparação com o mesmo mês de 2015. Os resultados, segundo a Abraciclo, refletem principalmente a viabilização de mais negócios na Argentina.

*Com informações do Sincodiv-SE e Abraciclo