Número de sergipanos endividados cresce 8% de janeiro a agosto de 2015
Pesquisa mostra que consumidores sentem vergonha por terem dívidas Economia 09/09/2015 18h45Da Redação
Energia, combustível, passagens, mensalidade escolar e por aí vai. A lista de taxas que sofreram reajuste este ano parece interminável e assim como o restante dos brasileiros, os consumidores sergipanos estão tendo dificuldades para equilibrar as contas. Muitos vivem na corda bamba, reorganizando prioridades, cortando gastos e enfrentando um orçamento cada vez mais apertado. No final das contas, algum compromisso financeiro acaba tendo que ser adiado e o número de pessoas com o nome sujo da praça só aumenta.
De acordo com dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), nos oito primeiros meses deste ano, o número de endividados cresceu 8,19% em Sergipe, percentual bem superior ao registrado em todo o Brasil, cuja lista de devedores cresceu 5,3%. Mas nem todos os dados são desanimadores e o cenário já apresenta sinais de recuperação. Entre julho e agosto, 16% dos sergipanos em débito conseguiram quitar suas dívidas ou negociá-las.
O consumidor que fica inadimplente acaba tendo uma série de consequências, como a negativação do nome e restrição ao crédito. No entanto, uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), divulgada nesta quarta-feira (9), mostra que, ao ficarem endividados, os consumidores adquirem um estado emocional negativo e que pode se transformar em mudanças de comportamento, alterando as relações sociais e até causando perda de produtividade no trabalho. Cerca de 48% dos inadimplentes entrevistados afirmam sentir vergonha por terem dívidas.
Outros sentimentos negativos mais relatados são a infelicidade (46%), insegurança e o medo de não conseguirem quitar as pendências (44%), e nervosismo, irritação e desespero (44%). Quando se referem à autoestima, 43% disseram que ela foi afetada devido às dívidas que possuem há mais de três meses. E quanto maior o valor da dívida, maior também o nível de preocupação do inadimplente: 67% dos que devem R$ 5.000 ou mais têm nível de preocupação alto ou muito alto.
Como efeitos diretos das dívidas e dos sentimentos gerados por elas, 53% relataram alterações de apetite, seja aumento ou perda. Outros 39% afirmaram estar com insônia, e 31% terem medo de atender o telefone.
Como forma de aliviar a ansiedade, 26% passaram a usar mais os vícios que já possuem, como cigarro, comida e bebidas com álcool - o percentual aumenta para 43% entre os pertencentes às classes sociais A e B.
A pesquisa mostra que as dívidas também afetam o ambiente de trabalho: cerca de 31% dos consumidores inadimplentes estão mais desatentos e pouco produtivos em suas atividades profissionais, aumentando para 42% entre os que possuem altos níveis de preocupação. Outros 22% alegaram também perder a paciência com colegas de trabalho.
"A inadimplência pode impactar seriamente a atividade profissional, tanto em termos de desempenho quanto no que diz respeito à capacidade de se relacionar no ambiente de trabalho", diz a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. "Se a situação fugir do controle, a queda na produtividade e a falta de paciência no trato com as pessoas podem colocar o emprego do consumidor em risco".
Para o educador financeiro do SPC Brasil e do portal Meu Bolso Feliz, José Vignoli, o termômetro sintetiza a pesquisa. "Os sentimentos negativos relatados, como perda de sono, irritação, vergonha e baixa autoestima podem comprometer a capacidade de julgamento do consumidor, dificultando ainda mais a saída do processo de endividamento", analisa o educador.
Atenção
Para quem está endividado, a orientação é se comprometer com os pagamentos. “Ao receber seu salário, use parte para pagar as dívidas e o restante para o necessário, como alimentação, água, energia. Procure negociar a dívida e deixe de consumir determinados produtos desnecessários, como trocar a geladeira. Compre dentro do limite da sua renda. Entre escolher qual dívida pagar primeiro, veja as prioridades. Se é manter o filho na escola e depois pagar o cartão de crédito, negocie com a escola e depois com o cartão”, recomenda a economista da Fecomércio Sergipe Sudanês Pereira.
Fique de olho na promoção. “Tem promoção que, na verdade, não é promoção, se for olhar os juros, quanto eles comprometem cada parcela daquela promoção. Tem que prestar atenção se aquele produto comprado parcelado é realmente sem juros ou se ali estão embutidos os juros. É extremamente importante pesquisar várias lojas”, complementa Sudanês.


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