Obra do novo complexo habitacional deve gerar mais de dois mil empregos
Projeto tem investimento de R$ 124,6 milhões e deve aquecer a economia
Economia | Por Agência Aracaju Notícias 25/07/2020 15h15 - Atualizado em 26/07/2020 10h44

Com a realocação das famílias da ocupação das Mangabeiras, a Prefeitura de Aracaju inicia a próxima fase para a construção do complexo habitacional conjugado com a reserva ambiental, batizado de "Irmã Dulce dos Pobres", com 1.102 casas no terreno onde até poucos dias estava montada a ocupação, situada no bairro 17 de Março.

De acordo com o secretário municipal da Infraestrutura, Sérgio Ferrari, após a limpeza do terreno, serão executadas três etapas do projeto. "Estamos finalizando a limpeza, deixando todo esse entulho em local adequado, para não poluir. Nós temos diversas etapas a vencer agora: uma é que nós já temos a concorrência, que já está pronta para iniciar a obra da avenida setor Sul da localidade, que já está com o contrato assinado e assim que a Caixa Econômica autorizar, a gente começa a implantação da avenida", conta Ferrari. 

Já a segunda etapa, conforme o secretário, consiste no projeto como um todo, que engloba toda a parte de infraestrutura, como água, drenagem, pavimentação, energia elétrica e a construção propriamente dita das casas. 

"Nós estamos com o projeto finalizado, passando apenas por revisão final. A nossa expectativa é, tão logo a Caixa autorize, a gente inicie a parte de licitação da infraestrutura. Nós queremos começar essa obra ainda este ano, até novembro ou no máximo dezembro começarmos a obra de infraestrutura. A questão das casas será mais tarde, só pode licitar as casas depois que a infraestrutura for concluída", explica o gestor. 

A terceira etapa expõe todo o compromisso socioambiental da Prefeitura para com o projeto, uma demonstração ousada de uma administração que projeta a capital sempre pensando no futuro. "O terceiro ponto é que, já na próxima semana, vamos fazer todo um trabalho para implantação da área ambiental das mangabeiras, que é parte integrante do projeto. Quer dizer, esse projeto, além de ser um grande viés social de construção de moradias das pessoas, tem um viés ambiental muito importante. Nós vamos preservar e criar o Parque Ambiental das Mangabeiras e vamos manter uma maneira de vida tradicional, que é o cultivo das mangabeiras. A partir da semana que vem, nós vamos começar a fazer audiências sobre o assunto", esclarece Ferrari.

De acordo com Ferrari, o terreno onde será erguido o complexo habitacional era da União e possui 500 mil metros quadrados. Já a reserva ambiental tem 90 mil metro quadrados, sendo um pouco maior que o Parque da Sementeira. 
 
"É difícil encontrar, em qualquer capital do país, uma reserva ambiental desse tamanho. Para aproveitar ao máximo possível o terreno, nós pegamos todas as áreas ocupadas, onde havia derrubada de mangabeira, para fazer as moradias", revela, ao frisar que a ideia é preservar o que hoje existe da árvore símbolo do estado de Sergipe  e, durante o tempo de obras, será desenvolvida, junto à Embrapa, uma tecnologia para melhorar o cultivo e plantio das mangabeiras.

Além disso, conta Ferrari, ao longo dos serviços, será desenvolvido todo um trabalho social de oferecimento de cursos de qualificação profissional às pessoas que moram na localidade, uma espécie de modalidade extrativista. "Um dos cursos é o de fabricação de doces e bolos de mangabas, para que as pessoas possam ser incorporadas nesse processo ambiental". 

Aquecimento da Economia
Além dos aspectos sociais e ambientais, o projeto, cujo investimento total é de R$ 124,6 milhões, também terá uma função primordial no sentido de impulsionar a economia local, principalmente com relação à oportunidade de trabalho, tão escassa atualmente, em virtude da crise sanitária provocada pela covid-19 em todo o Brasil. Para as obras do complexo habitacional, a expectativa é de geração de mais de dois mil empregos diretos e indiretos. 

"A obra do residencial das Mangabeiras, além de ter uma importância social extremamente relevante, pois irá possibilitar que mais de 1.100 famílias aracajuanas tenham moradia digna com toda infraestrutura, contribuindo também para a melhoria da qualidade da saúde e da vida dessas pessoas, tem um aspecto econômico de grande importância. São 120 milhões de reais que irão circular na economia da cidade nos próximos vinte e quatro meses, gerando emprego, renda, aquecendo o comércio e a prestação de serviço. Fazendo com que a economia, no momento de pós pandemia, consiga se movimentar. Pessoas conseguirão trabalho nesse momento de alta do desemprego. É uma obra importante para a cidade de Aracaju sob todos os aspectos de políticas públicas que a Prefeitura atua, seja do ponto de vista social, infraestrutura, saúde e economia também", avalia o secretário da Fazenda, Jeferson Passos.  

Aproveitamento
A Prefeitura também vai orientar a empresa que ganhar a licitação para aproveitar a contratação da mão de obra dos moradores que residiam na ocupação, uma forma de contribuir ainda mais e inserir a comunidade na construção do projeto.

"As próprias pessoas que moram aqui já começaram a ajudar na derrubada dos barracos. Nós vamos pedir as empresas que aproveitem o máximo possível a mão de obra local para que elas possam ser inseridas na construção desse projeto. O prefeito sempre faz questão de pedir aos empresários que aproveitem esse tipo de mão de obra local. Não se pode obrigar, mas sempre que possível, é solicitado esse aproveitamento", destaca Sérgio Ferrari, ao concluir que, depois que esse complexo ficar pronto, Aracaju terá uma nova condição de moradia na cidade, com futuras construções de escolas, Centro de Referência da Assistência Social, toda uma parte social que permita uma assistência social. 

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