Passageiros e Setransp ficam insatisfeitos com reajuste da tarifa de ônibus
A partir do domingo (9), a passagem passa a custar R$ 4 na região metropolitana Economia | Por Saullo Hipolito* 07/12/2018 09h13 - Atualizado em 07/12/2018 22h08A novela que se arrastou por meses em Aracaju enfim chegou a um final e não foi tão feliz para a população que necessita do serviço de transporte coletivo na capital sergipana e região metropolitana. Nesta quinta-feira (6), o prefeito Edvaldo Nogueira, por meio de nota pública, autorizou o aumento de 14,2% no preço da passagem de ônibus.
O valor R$3,50 já era considerado alto pelos passageiros e a partir de domingo (9) passa a valer R$ 4, precificação que é contestada por parte da população. “É um absurdo, daqui a pouco andar de ônibus será um luxo para a classe alta, que por incrível que pareça tem veículos e não precisa do serviço. A passagem está muito cara e quem sofre com isso é a população pobre”, disse a estudante de jornalismo Juliane Carvalho em uma rede social.
Por meio de nota, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setransp) ressaltou que o reajuste tarifário concedido foge do percentual técnico real para necessidade do transporte coletivo, avaliado em R$ 4,44, segundo cálculo da planilha de custos do setor.
Nesse contexto, segundo o Sindicato, são considerados os impostos – como ISS, taxa de gerenciamento da SMTT, ICMS sobre diesel e ônibus, INSS; custos variáveis – como combustível, peças e equipamentos; custos fixos – como veículos e pneus; mão de obra – operação, manutenção e administração.
"Em Aracaju, a tarifa do transporte é a única fonte de custeio do serviço e acabam recaindo sobre a passagem questões como o aumento do número de gratuidades, aumento do preço do combustível e a queda do número de passageiros pagantes", apontou o Setransp, que avalia a possibilidade de acionar a Justiça para rever o percentual de recomposição autorizado pelo Executivo.
Equilíbrio financeiro
Segundo a Prefeitura de Aracaju, o novo valor da tarifa, que geralmente é modificado no início de cada ano, não era reajustado há um ano e três meses, por determinação do prefeito Edvaldo Nogueira. Entretando, diante do aumento com insumos, em especial o combustível diesel, que subiu 24,2% em relação a agosto de 2017, data do último reajuste da tarifa, não foi possível manter a tarifa nos valores atuais.
De acordo com a Setransp, outro motivo para o aumento é porque o número de passageiros pagantes caiu 24%, também nos últimos quatro anos. O sistema atendia em média 283 mil passageiros diariamente (em 2014), e transporta hoje em média 222 mil por dia (em 2018). Para se ter uma ideia, são mais de 15,4 milhões de passagens a menos este ano. Esse desequilíbrio entre aumento de despesas e queda de receita já vinha preocupando as empresas prestadoras do transporte coletivo, porque interfere diretamente na operação do serviço.
A queda no universo de usuários de ônibus tem consequência no aumento de transportes alternativos como a bicicleta. “Os usuários estão diminuindo porque está melhor andar de bicicleta, ou qualquer outro transporte, do que andar em ônibus superlotados”, disse a internauta Mayane Menezes.
O farmacêutico Rodrigo Soares concordou com a internauta e levantou a bandeira "para o aumento do movimento de bicicleta e melhoria nas ciclovias da capital sergipana".
Impacto
Além de reclamar da estrutura precária dos terminais de ônibus, os usuários também alegam que dentro dos coletivos é possível visualizar bancos quebrados, sujeira e, principalmente, muitas baratas.
“Se o valor ajudasse a melhorar o transporte, mas não vai. São ônibus lotados em que a gente chega ao destino suado e sujo. A insegurança é enorme, não tem justificativa para tal aumento”, disse a estudante de Engenharia Roseane Aragão.
Os usuários ainda lembraram das pessoas com deficiência, que sofrem em pontos de ônibus sem estruturas ideais de espera e com o número de veículos especiais insuficiente, conforme relataram.
* Estagiário sob supervisão da jornalista Fernanda Araujo.


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