Pesquisa mostra que custo do serviço doméstico está mais alto
Sindicato dos Empregados Domésticos diz que quadro no Nordeste é outro
Economia 27/02/2013 19h50

Por Sílvio Oliveira

A Pesquisa Mensal de Empregos (PNE) divulgada nesta terça-feira, 27, pelo IBGE, mostrou que o serviço doméstico ficou mais caro no país em janeiro de 2013. Se comparado com o mesmo mês de 2012, houve uma alta de 6%, superando o resultado da indústria, 1,5%, e do comércio, 4%. Os índices de aumento do custo do trabalho doméstico vieram acompanhados de uma queda de 5,9% nos empregos desse setor na comparação com dezembro.

A presidente do Sindicato dos Empregados Domésticos de Sergipe, Sueli Maria de Fátima Santos (foto principal), avalia que essa realidade é mais  perceptível nas grandes regiões, onde o trabalhador doméstico é mais valorizado e há uma atividade maior de diaristas do que de mensalistas. “Não é bem assim no Nordeste. Digo porque a desvalorização dos direitos dos trabalhadores domésticos é grande aqui. Vocês acham que uma diarista em São Paulo ganha R$ 60 com transporte?”, questionou.

A pesquisa aponta ainda que a queda no emprego doméstico está ligada à falta de mão de obra, já que muitos profissionais que antes trabalhavam em casa de família estão conseguindo se inserir em outros ramos de atividade, como prestação de serviços e no comércio.

Sueli Maria afirma que há uma tendência nacional nesse sentido, por haver duas correntes: uma que deixou o trabalho doméstico mensal e legal para ser diarista e a outra corrente que assumiu novas áreas de trabalho, como aponta a pesquisa. Mas que a primeira é bem mais forte entre as regiões Nordeste e Norte. “Muitas deixam de ser mensalistas para serem diaristas, mas trabalham mais, ganham mais, em compensação não olham para o futuro. Não sabem que depois elas não têm nada que lhe ampare”, afirma.

Profissionalismo

Sueli não acredita que o trabalho doméstico tenda a encarecer por força da escassez da mão de obra. Ela afirma que há uma tendência de as mulheres ocuparem cargos antes só ocupados por homens, necessitando que uma outra mulher cuide dos filhos e da casa. Nesse contexto, entra a mensalista.

Ela ainda argumenta que o que pode encarecer a mão de obra doméstica no Nordeste é a qualificação. “Não há lugar mais para o trabalho desqualificado, sem formação. O que antigamente se negociava de qualquer jeito, hoje não mais. Há cursos profissionalizantes, leis e o despertar de um melhor nível de escolaridade vai descobrindo o valor da profissão”, disse.

Foto: Sílvio Oliveira

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