Produtores rurais sergipanos terão R$ 147 milhões em linhas de crédito este ano
Gerente do BNB explica critérios do financiamento voltado para agricultura familiar Economia | Por Will Rodriguez 18/07/2020 07h06 - Atualizado em 19/07/2020 10h50O Banco do Nordeste pretende disponibilizar recursos da ordem de R$ 147 milhões em linhas de crédito para os produtores rurais sergipanos. Incluído no Plano Safra 2020-2021, o valor deve ser aplicado em cerca de 22 mil operações do segmento de agricultura familiar inclusas no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
Apesar de possuir apenas 8,8% das agências em Sergipe, o Banco do Nordeste participa com 65% das operações rurais no estado. Para esclarecer as condições e mudanças no Pronaf deste ano, o F5 News entrevistou o gerente executivo do programa, Erison Aurélio Viana. Confira:
F5News - Em relação ao valor investido pelo BNB no segmento ao longo do ano passado em Sergipe, quais as regiões e tipos de produção mais beneficiadas? Para este ano, há a mesma projeção de demanda atendida?
Erison Aurélio - A região mais beneficiada na área rural foi a do Semiárido, pois grande parte do custeio agrícola foi destinada à produção de milho plantada nas regiões em torno dos municípios de Carira, Nossa Senhora da Glória e Simão Dias. A expectativa desse ano é superar os financiamentos do ano passado, visto que os produtores estão bastante animados com as chuvas, porque temos um excelente inverno até o momento.
F5News - Por que o orçamento previsto para este ano está menor? Quais ajustes foram necessários e quais devem ser os efeitos da pandemia na relação do banco com o cliente?
Erison Aurélio - Na verdade, este ano temos um orçamento maior do que no ano passado. É válido esclarecer que o ano agrícola começa em julho de um ano e vai até junho do ano subsequente. Então, no ano de 2019 (ano-calendário de janeiro a dezembro), tivemos um orçamento de R$ 249 milhões para o setor agrícola de Sergipe. E em 2020 temos um orçamento maior, de R$ 303 milhões, sendo que para a agricultura familiar foram destinados R$ 135 milhões no ano passado e, agora, temos orçamento previsto de R$ 152 milhões para este ano.
A pandemia trouxe efeitos negativos mais severos em algumas atividades rurais, como exemplo a carcinicultura, que devido ao fechamento dos restaurantes, teve diminuição de seu mercado. Já a relação Banco/Cliente teve que ser aperfeiçoada: o banco lançou o aplicativo BNB Agro, que permite ao cliente fazer a solicitação de crédito pelo celular. Com essa novidade, o banco espera trazer comodidade, agilidade e segurança para seus clientes rurais, diminuindo substancialmente o fluxo de pessoas nas agências.
F5News - A instituição financeira analisa quais aspectos para formalização das linhas de crédito?
Erison Aurélio - O primeiro aspecto analisado é a viabilidade no negócio. O financiamento tem que gerar receita suficiente para que o produtor rural pague o empréstimo e tenha um resultado positivo, tenha lucro. Vários outros itens também são considerados para concessão do empréstimo, dentre eles, apresentar garantia suficiente, gerar emprego e renda, não degradar o meio ambiente.
F5News - Em relação ao ano passado, como se comportaram os juros fixados para este ano?
Erison Aurélio - Em relação a esse ano, tivemos uma redução na taxa de juros. O Banco do Nordeste trabalha com as menores taxas do mercado.
F5News - Os empréstimos liberados este ano poderão ser usados em quais investimentos pelos produtores?
Erison Aurélio - Em praticamente todos os investimentos rurais, como aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas, energia solar, em inovação. Podemos financiar, por exemplo, a instalação de internet na área rural.
F5News - Muitos pequenos produtores ainda sofrem com a dificuldade de acesso ao crédito. Eles dizem que o principal problema é a regularização das propriedades. Qual a sua orientação nesses casos?
Erison Aurélio - A orientação é a de que esse produtor procure um técnico para orientá-lo em relação à documentação e busque fazer a regularização fundiária.





