Um dos setores mais afetados pela pandemia do coronavírus, o sistema de transporte público da Grande Aracaju está com a sua capacidade operacional ameaçada. O alerta é do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setransp). Segundo o órgão, as empresas de ônibus já buscaram apoio tanto do Governo do Estado como Prefeitura de Aracaju e não conseguiram êxito. 

Com uma média de 220 mil passageiros por dia, os ônibus passaram a transportar cerca de 25% dessa demanda desde o início do isolamento social. “As contas seguem sem bater. Só de combustível são R$ 3,5 milhões por mês. E a demanda continua caindo”, afirma o presidente do Setransp, Alberto Almeida. 

Em números reais são quase três milhões de usuários, de acordo com o Setransp. O Sindicato estima que as perdas ultrapassam R$ 12 milhões. O risco de paralisar toda a operação, mesmo com a redução de 30% da frota, é concreto porque as empresas alegam que a circulação com a demanda de pagantes em queda implica em despesa continuada com combustível.

A ausência de subsídios do poder público para o serviço é criticado pelo Setransp, citando medidas adotadas em Fortaleza e Salvador que estão fazendo compensação das gratuidades. Já São Paulo comprou passagens antecipadas para ajudar no salário dos funcionários. 

Em Aracaju, a frota está circulando de acordo com o Decreto Municipal, com 70% nos dias úteis e 50% no final de semana, sendo reforçada nos horários de pico. As empresas também colocaram orientadores de embarque nos terminais para evitar que os veículos circulem com uma quantidade de passageiros acima do limite de pessoas sentadas.

F5 News procurou a Prefeitura de Aracaju, que não se manifestou sobre o assunto até a publicação desta notícia. 

Já o Ministério Público de Sergipe (MP) disse que a situação do setor será discutida em audiência extrajudicial nesta sexta-feira (24).