As tecnologias aprimorando os serviços públicos
É preciso colocá-las em funcionamento, assegurar sua manutenção contínua,para concretizar um avanço real
Editorial | Por Monica Pinto 26/08/2018 07h30 - Atualizado em 27/08/2018 10h51

Os aborrecimentos com que se deparam os cidadãos brasileiros quando necessitam de serviços públicos são rotineiros, gerando sobrecargas desnecessárias em níveis que todos conhecemos.  A realidade comprova, entretanto, que avanços tecnológicos ao menos vêm minimizando as verdadeiras via-crúcis que, num passado nem tão distante, era preciso percorrer até alcançar o objetivo pretendido. Uma iniciativa em âmbito nacional que merece registro, por exemplo, é a chamada “Calculadora do INSS”, ferramenta que permite ao segurado, via internet, calcular seu tempo de contribuição e, assim, quanto falta para se aposentar.

No campo da mobilidade urbana, semáforos inteligentes geram certo alívio na perda de tempo experimentada no deslocamento em médias e grandes cidades, assim como a rotina dos usuários do transporte coletivo ganhou alguma perspectiva de planejamento a partir de aplicativos como o CittaMobi, disponível em Aracaju e em outras capitais, como Salvador (BA), Recife (PE) e Maceió (AL). A tecnologia permite consultar os pontos de ônibus mais próximos da localização do passageiro e previsões de chegada do veículo de seu interesse, entre outros dados que, embora não resolvam os muitos problemas do setor, ao menos denotam um esforço em melhorar a vida dos que, em tese, deveriam ser prioridade – os clientes.

Outro exemplo foi anunciado recentemente pela Prefeitura de Aracaju que, até o final do ano, pretende implantar o prontuário eletrônico em 18 das 44 unidades de saúde da família sob sua responsabilidade. Segundo a versão oficial, a tecnologia vai “promover maior controle na marcação de consultas e exames - evitando a duplicidade de cadastrados”, entre outras apregoadas vantagens. A conferir se, de fato, quem precisa do sistema público de saúde em Aracaju vai observar um respeito escasso em todo o país.

O fato é que tais exemplos – e há uma infinidade de outros - dimensionam como a tecnologia tem potencial de aprimorar a prestação de serviços públicos, garantindo mais agilidade e conforto a seus usuários na prática. Para isso, entretanto, não basta adquirir equipamentos. É preciso colocá-los em funcionamento devidamente, assegurar sua manutenção contínua, de modo a fazer deles um avanço real, não mais um sumidouro de dinheiro público, entre os tantos que se constata pelo Brasil afora. 

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