Agamenon Sobral se defende de acusações na Câmara de Vereadores
Caso da CMA entre Agamenon e Flávia Brasileiro vai à Comissão de Ética
Política 04/06/2014 13h15

Por Fernanda Araujo

Após o episódio durante a sessão de ontem (03) na Câmara Municipal de Aracaju, em que o vereador Agamenon Sobral (PP) teria dirigido xingamentos contra a presidente do Sindicato dos Enfermeiros de Sergipe, Flávia Brasileiro, e antes da sessão começar, na sala da presidência o vereador supostamente a insultou afirmando que “enfermeiros  têm que trabalhar e não fazer sexo oral com médicos”, a temperatura na Casa pareceu um pouco mais amena nesta quarta-feira (04). Até que no grande expediente o parlamentar, que tinha acabado de chegar, se pronunciou e apresentou imagens de médicos que registram o ponto de presença e de imediato vão embora da unidade de saúde.

Os vídeos foram expostos no telão do plenário. Além disso, com exclusividade ao F5 News, o vereador Agamenon Sobral mostrou em seu celular uma das mensagens enviadas por uma enfermeira (foto ao lado), a qual deve testemunhar em seu favor, comprovando seu pronunciamento de sessões anteriores de que alguns enfermeiros e médicos fogem do trabalho e se encontram para ter relações sexuais. Sobre o suposto xingamento e o insulto denunciado ontem no plenário pela sindicalista, o vereador nega.

“Na hora que ela (Flávia) estava lá na sala, eu não a vi, mas eu estava lendo a mensagem para uma pessoa. Os vereadores que estavam próximos a mim também não ouviram o xingamento. Ela está querendo se favorecer. Como ela vendeu o sindicato dela no ano passado à Goretti Reis (ex-secretária de Saúde) e eu descobri as falcatruas, ela está tentando distorcer as coisas. O áudio dessa Casa vai provar que eu não falei. Quando eu me levantei da cadeira para sair porque eu não podia mais falar e não queria mais ouvi-la, ela disse: ele está me xingando. Para poder me manter ali ela criou aquela cena. Foi montado um circo entre o vereador Iran, Lucimara, ela e Goretti, para fazer com que o vereador Agamenon pare de fiscalizar médico, enfermeiro e professor faltoso”, diz.

No entanto, o caso já vai ser analisado pela Comissão de Ética da Câmara. “A comissão de ética tem que ser criada para quem fala mentira. Quem fala a verdade não merece ser punido”, afirma Agamenon. F5 News procurou o vereador e vice-presidente da CMA, Jailton Santana (PSC). O vereador afirmou que solicitou à comissão que se posicione sobre o fato e com relação ao comportamento do vereador denunciado pelos médicos e professores.

Ética

Segundo o vereador Agnaldo (PR), presidente da Comissão de Ética (que tem como integrantes os parlamentares Manoel Marcos e Emmanuel Nascimento), haverá uma reunião hoje ou no mais tardar amanhã, para decidir sobre o caso. “Nós já temos oficialmente um pedido de intercessão da comissão em torno de uma fala do vereador, isso é oficial. Vamos discutir oficialmente o que a gente já tem em pauta, que é um pedido da vereadora Lucimara Passos em relação a uma fala do vereador Agamenon Sobral na tribuna, que segundo ela atingiu a própria honra. Depois dessa reunião tenho certeza que essa casa será mais respeitada. E a decisão será justa”, avalia.

Sobre o episódio de ontem, o parlamentar acredita que Agamenon tem se dirigido aos profissionais de forma descabida e a comissão pode intervir com advertência solicitando mudança de postura na Casa. A comissão tem a possibilidade de cassar o mandato, porém, para Dr. Agnaldo o momento é de discussão. “Eu sou testemunha ocular do que aconteceu, eu não ouvi aquela frase de baixo calão e eu sento ao lado do vereador. Ela (Flávia) disse que da tribuna fez uma leitura labial. Não coaduno com o comportamento do vereador, mas também não posso puni-lo por algo que não aconteceu. A própria enfermeira poderia não ter repetido na tribuna aquilo que não queria ouvir. Para mim cometeu alguns equívocos, isso também vamos conversar sobre as tribunas livres”.

Da mesma forma Jailton Santana afirmou que o sistema de som não captou.

Diante a queda de energia que aconteceu durante a discussão na Câmara, segundo a vereadora Lucimara Passos (PC do B), a equipe técnica informou que as imagens da sessão foram perdidas. Questionado se isso vai prejudicar a apuração do fato, Dr. Agnaldo negou. “Não prejudica porque a maioria da comissão de ética estava presente no plenário, eu e Emmanuel podemos julgar pelo o que nós ouvimos. Eu já pedi a gravação e hoje vou ouvir, e o que quero deixar bem claro é que a comissão não está aqui só para punir, está também para organizar e de forma respeitosa tratar os profissionais e o público que nos ouve”, conclui.

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