Câmara de Carmópolis tinha ciência de irregularidades, diz prefeito interino
Vereadores do Município receberam denúncias e se preparavam para instaurar CPI
Política | Por Aline Aragão 20/08/2020 17h25

O presidente da Câmara Municipal de Carmópolis, José Augusto dos Santos (PSD), assumiu interinamente a prefeitura do município nesta quinta-feira (20), depois que o prefeito Alberto Narcizo da Cruz Neto (Beto Caju), foi afastado a pedido do  Ministério Público Estadual (MPE), que investiga indícios de fraude e de desvio de recursos destinados ao combate à pandemia do Novo Coronavírus.

 

José Augusto disse que tomou como surpresa as investigações e afirmou que as supostas irregularidades já vinham sendo apuradas pela Câmara de Vereadores, mas admite que não sabia do tamanho do rombo e da gravidade da situação. Segundo ele, a casa legislativa já encaminhava o procedimento para instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de investigar as denúncias - uma delas feita pelo gestor de um órgão municipal, apontando o mau uso dos recursos no enfrentamento à covid-19. 

“Ele montou uma tenda em frente ao hospital para atender aos pacientes com covid, mas não funciona. Máscara, dizem que colocaram meio mundo de máscara, eu não vi distribuição de máscara, eu não vi distribuição de gel. Mas tudo vai ser apurado e tenho certeza que ele, junto com a assessoria jurídica, vai esclarecer tudo”, disse o novo gestor.

Ainda conforme o prefeito interino, a situação financeira do município é preocupante, servidores estão com dois meses de salários atrasados, muitos fornecedores também não receberam pagamentos, e que a prioridade nesse momento será solucionar esses problemas. “Quero resolver, principalmente, a questão do atraso do salário dos servidores. Além dos salários, tem décimo terceiro, férias, cargos de comissão que exonera e não paga rescisão, é uma situação difícil, mas os servidores não podem ficar assim”, afirma.

Durante o cumprimento dos mandados, os promotores do Gaeco estiveram também no prédio da Câmara, mas José Augusto assegurou que a Casa não é alvo de investigação e que o MP pediu acesso às imagens das câmeras do sistema de segurança, para ver a movimentação na rua e na sede da prefeitura, que fica bem ao lado. “Eles queriam ver os carros que chegaram e tentar identificar as pessoas que estiveram no gabinete com o prefeito ontem à noite”, disse.

Operações
A Prefeitura de Carmópolis é alvo de duas investigações: uma do Ministério Público Estadual e outra da Polícia Federal. Nas operações deflagradas hoje, as duas instituições apuram indícios de fraudes e desvio de verba pública destinada ao combate à pandemia.

Segundo a PF, o Município usou mais de R$ 2 milhões na contratação de nove empresas com fortes indícios de irregularidades como superfaturamento, empresas fantasmas, uso de laranjas e cotações fraudulentas. A PF cumpriu 32 mandados de busca e apreensão, sendo 15 em Carmópolis e os demais em Aracaju, Nossa Senhora do Socorro e nos estados de Pernambuco, Alagoas e Bahia.

Já o Ministério Público, através do Gaeco e com apoio das polícias Civil e Militar, cumpriu dez mandados de busca e apreensão em Carmópolis, Aracaju e no estado da Bahia.
 

 

 

 

Edição de texto: Monica Pintosh
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