Por Joedson Telles

O presidente da Central Única dos Trabalhadores em Sergipe (CUT/SE), Rubens Marques de Souza, o professor Dudu, ao analisar o aval que o governo do Estado está solicitando à Assembleia Legislativa para contrair um empréstimo de R$ 727 milhões junto ao Governo Federal, salientou que os deputados estaduais precisam ter muita tranquilidade para avaliar a operação financeira – sob pena de não estarem dando garantia para que o atual governo venha inviabilizar futuros governos, já que, em se aprovando o empréstimo, a dívida não poderá ser quitada na gestão do petista Marcelo Déda.

“Os deputados precisam avaliar com tranquilidade. Um governo não pode inviabilizar outros governos. Futuros governos. A lógica é o governo trabalhar dentro do seu período administrativo. É lógico que com o dinheiro (do empréstimo) faço um bom governo. Mas e quem vai assumir depois vai ficar engessado. A não ser que seja urgente, que não possa esperar. Agora, o que não dá é, se não for urgente, um tomar e o outro pagar. É muito bom comprometer os outros governos. Se eu fosse governador não gostaria de passar quatro anos pagando uma dívida do governador anterior”, ajuizou o sindicalista petista.

Professor Dudu afirmou ainda que se, de fato, a garantia for os vencimentos dos servidores públicos, a questão é mais grave ainda. “Mas tudo vai depender da autonomia da Assembleia. Tem que analisar. A Assembleia também não pode inviabilizar o atual governo. Tem que ver o que é bom para Sergipe sem inviabilizar nenhum governo”, afirmou.      

CTB: “Será bom para crescer o estado. Não vejo porque má vontade”  

Diferente da Central Única dos Trabalhadores em Sergipe (CUT/SE), que teme que o polêmico empréstimo de R$ 727 milhões possa inviabilizar futuros governos, e por isso pede que os deputados estaduais analisem bem a matéria antes de aprovar ou não a operação, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadores  do Brasil em Sergipe (CTB/SE) defende que a Assembleia Legislativa autorize, sim, o empréstimo.

Segundo o presidente da CTB/SE, o sindicalista Edval Góes, os deputados precisam saber onde o dinheiro será investido, mas devem dar o aval. “É igual a um empréstimo que faz o trabalhador comum. No mundo todo se faz este tipo de empréstimo. Se não prejudicar Sergipe, tem que dá o aval. O dinheiro movimentará a economia sergipana. Será bom para crescer o estado. Não vejo porque má vontade”, alfinetou.         

O presidente da CTB avaliou ainda que o debate entre os deputados da situação e da oposição é salutar. Todavia, entende que, ao final, o empréstimo precisa ser aprovado. “O Estado já está cambaleando, e vai ficar pior sem o empréstimo. Os deputados devem cobrar e fiscalizar, mas não deixar de aprovar. Dívidas do governo cabe ao próximo governo gerir. Se o Estado tem como pagar? É uma estupidez. Má vontade”, disse Edval, acreditando que a operação não compromete os vencimentos dos servidores públicos. “Não vejo risco. Se tiver, não daremos o aval.”