“De modo algum podemos admitir execução”, diz Déda
“É preciso esclarecer as circunstâncias que ocorreu o tiroteio”
Política 25/03/2012 11h07

Por Joedson Telles

Provocado sobre a possibilidade do jovem Jonatha Carvalho dos Anjos, 16, ter sido mesmo executado pela polícia, o governador Marcelo Déda (PT) afirmou que jamais aceitará execução como política pública de Segurança Pública – sobretudo no seu governo. “De modo algum podemos admitir execução como instrumento de ação da polícia. Quem enfrenta a polícia em um tiroteio sabe as consequências. Mas é preciso esclarecer à sociedade as circunstâncias que ocorreu o tiroteio, o enfrentamento. O relatório detalhado de cada ato praticado e as informações devem ser objeto de investigação pela corregedoria e órgãos de controle da polícia”, disse o governador.

Segundo o governador, a pena de morte não pode ficar nas mãos de ninguém. Seja um civil, seja um militar, seja um policial... Déda observou que a política pública de Segurança Pública é prevenção e repressão. “Se os suspeitos forem criminosos e diante da ação policial agirem, eu sempre digo que a polícia tem que se defender e preservar a vida de cada policial. Mas execução não é política pública de Segurança Pública. De modo algum nós podemos transigir, quando a questão forem os direitos humanos”, observou.

Déda pontuou também que direitos humanos não pode ser apenas uma palavra bonita. Para ele, trata-se de um compromisso do Brasil com a civilização, com os valores mais elevados de defesa da pessoa humana. “Um compromisso com as mais importantes cortes e instituições internacionais e do Brasil consigo próprio. Dos sergipanos para os sergipanos. Não podemos de modo algum permitir que nenhuma atitude, venha de segurança de shopping, venha de um policial, afronte a dignidade humana. Isso vale do ponto de vista jurídico, cultural e religioso”, afirmou.

O governador observou que o Brasil é um país majoritariamente cristão e a ética cristã não comunga com quaisquer tipos de atentados contra a pessoa humana. Segundo ele, na ética cristã o homem é feito à imagem e semelhança de Deus. “Portanto, a pessoa humana é digna e precisa ser tratada com dignidade. Se o ser humano vai para o crime, para a prática de delitos, sofre as conseqüências: vai ser entregue à Justiça para pagar pelos seus crimes. Se o cidadão tenta matar os policiais é legítimo que a polícia se defenda, usando a força que dispõe. Isso é algo pacífico”, diz.

Déda explica, todavia, que deve ser investigado se há algum excesso, quando uma ação, de uma maneira ou de outra, pode ofender a Constituição e pôr em xeque a própria imagem da instituição policial perante a sociedade. “Portanto, a nossa posição é muito clara desde o início desse fato. Com cautela, com responsabilidade, mas com firmeza: investigar até o fim as consequências, e, se verificar que houve prática de alguma violência e atentado aos direitos humanos, punição aos responsáveis como manda a lei”, disse o governador

 

 

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