Déda inaugura estátua e enaltece o legado de Zumbi dos Palmares
Política 22/11/2012 23h31

Maior ícone da resistência negra ao escravismo no Brasil, Zumbi dos Palmares será agora uma lembrança constante em meio aos sergipanos e turistas que visitarem a Orla de Atalaia, em Aracaju. É que uma estátua em sua homenagem foi inaugurada pelo governador Marcelo Déda ao final da tarde desta quinta, 22, no espaço ‘Monumento aos Formadores de Nacionalidade’. A ação faz parte das atividades comemorativas ao Dia da Consciência Negra, festejado em 20 de novembro.

O próprio Déda idealizou a homenagem ainda em 2007, no início de sua gestão no governo estadual, ao visitar o Monumento já composto por estátuas de Tiradentes, D. Pedro II, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Barão do Rio Branco, Duque de Caxias, José Bonifácio e a Princesa Isabel.

"Hoje nós demos a este Monumento aquilo que faltava nele: o povo negro, os afrodescendentes, a história da luta contra a escravidão, a história da luta pela liberdade, a história da luta pela afirmação da contribuição da negritude no processo de formação da nação brasileira. Um grande ausente foi convidado, e daqui não sai mais. Aqui agora ele vai compartilhar a atenção dos que visitam o nosso estado, os que vêm aqui", ressaltou o governador.

Feita em bronze, a escultura mede 1m80 - o que seria a mesma altura de Zumbi dos Palmares - e foi produzida em Belo Horizonte, pelo escultor Léo Santana. "Zumbi está aqui como herói do povo negro, mas não só como isso. Zumbi está aqui como herói do povo brasileiro, herói dos negros, brancos, imigrantes, índios, de todas as nações que vieram formar conosco essa beleza de país que é o Brasil", enalteceu Déda.

Ratificando o mérito do homenageado, o governador remeteu à origem de Zumbi: "africano, trazido menino, foi batizado com nome português, fugiu para os quilombos, aprendeu com tantos outros que nas matas de Alagoas construíram os mais combativos quilombos a resistir à escravidão. Mas não deu seu sangue para a chibata do colonizador; não aceitou cortar cana debaixo de humilhação; a ser escravo, preferiu ser guerrilheiro, líder de quilombo".

Segundo Déda, ao invés de puxar o arado do senhor de engenho, Zumbi segurou a lança da liberdade "e foi ajudar o seu povo a sair da escravidão, a fundar novos quilombos, a acreditar na liberdade, a escrever a história da luta do povo brasileiro. Não é à toa que os negros do Brasil escolheram Zumbi para ser o seu patrono, para ser o símbolo da sua raça, da sua luta, da sua trajetória histórica e o símbolo do seu futuro, do brasileiro que não cede à opressão, que não aceita a escravidão, que não aceita a indignidade, que luta contra a desigualdade e guerreia pela liberdade plena", colocou.

Gratidão

A homenagem foi comemorada pelos diversos representantes das comunidades negras que compareceram ao evento. "Essa é uma grande homenagem aguardada por muitos anos. Zumbi é o rei, é o nosso guerreiro!", exaltou a Mãe Lindinalva, popular integrante de grupos representativos da comunidade negra.

Da mesma forma avaliou o dirigente do Movimento Negro Unificado, Carlos Augusto Conceição. "Hoje é um dia especial. Neste Monumento não estava contemplada a história do povo negro brasileiro. Agradecemos enquanto movimento social negro e dizemos que Sergipe está no caminho correto para realizar as políticas sociais em benefício do povo negro", afirmou.

Sensibilidade

O ato de inauguração da estátua de Zumbi teve a presença da chefe da representação regional do Ministério da Cultura (Minc) nos estados da Bahia e Sergipe, Mônica Trigo, que estendeu sua estadia na capital justamente para acompanhá-lo. "Eu fiquei, pois achei importante a ousadia do governador Marcelo Déda em incluir Zumbi, um ícone da cultura nacional como um mártir da identidade nacional. Isso é importantíssimo para nós que consideramos a diversidade um elemento essencial da Cultura nacional", observou.

Secretário de Estado dos Direitos Humanos e Cidadania, Luiz Eduardo Oliva também destacou a sensibilidade do governador. "O governador percebeu que não tínhamos nenhum negro, nenhum representante do povo, sobretudo de origem africana, que formou de fato o povo brasileiro. Este ato tem uma das maiores representatividades hoje dentre todas as comemorações que estão havendo no país em relação ao Dia da Consciência Negra".

Para a secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino, o momento é de "celebração da contribuição dos negros na formação da sociedade brasileira, uma forma que o Governo de Sergipe, sob a liderança do governador Marcelo Déda, encontra para fazer justiça a uma etnia que foi fundamental para a formação da cidadania e da sociedade brasileira".

Da ASN

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