Por Aline Aragão

Representantes dos sindicatos dos militares de Estado, assim também como militares da reserva, foram à Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), na tarde desta segunda-feira (03), para mostrar a insatisfação diante da posição do governo do estado de atrasar os salários dos servidores.

Para o presidente do Sindicato dos Bombeiros Militares de Sergipe (Sinbom), Neyme Mateus, a categoria não recebe aumento desde 2011, e agora tem essa surpresa. “As contas estão chegando e eu tenho apenas R$ 200 pra passar até o dia 11, não sei como vai ser”, lamenta.

Já o presidente da Associação dos Militares do Estado de Sergipe (Amese), Sargento Vieira, disse que a situação é preocupante, devido à forma como receberam a notícia. “Fomo pegos de surpresa, e agora não sabemos aonde isso vai parar, mas digo que a coisa não está boa, a situação é de temeridade,” informou Vieira.

Os militares atenderam ao convite feito pelo deputado Capitão Samuel (PSL), para que se manifestassem de forma pacífica, já que não podem fazer greve. “Vários sindicatos estão se manifestando, entrando na justiça, fazendo paralisação etc., o militar também está insatisfeito, e não pode se calar”, disse.

Segundo Samuel, o governo está provando tudo o que a oposição falou antes das eleições. “Antes eles diziam que o estado estava organizado e dentro dos parâmetros financeiros legais, depois de reeleito vem dizer que o estado está quebrado, assumindo o que a oposição falava, então na eleição ele mentia, está falando a verdade agora depois da eleição”, provocou.

O deputado disse ainda que a oposição alertou que quem pagaria seriam os servidores públicos. “Aconteceu exatamente como nós falávamos, os servidores estão pagando, e eles ainda brincaram mais uma vez com a cara dos servidores, dizendo que o dinheiro da saúde ia sair hoje e na saiu”, disse.

Capitão Samuel aproveitou para cobrar ao governo que revele para onde foi o dinheiro dos royaltys da Petrobrás, que pegou adiantado. “Nós acabamos de aprovar outro empréstimo, que é um adiantamento de royalty da Petrobras, e que no ano que vem vai faltar, e mesmo assim o estado não teve como pagar os servidores na data?”, questionou.

Para o deputado da situação, Gustinho Ribeiro (PSD), nenhum gestor fica satisfeito com uma situação dessas, mas acredita que o governador Jackson Barreto tem competência administrativa para resolver a questão. “Nós compreendemos a dificuldade que o estado de Sergipe passa nesse momento, é uma situação que não agrada ninguém; tenho certeza que o governador não está nada satisfeito; mas é o momento da administração, quem está na vida pública, quem é gestor, passa por situações como essa, e tenho certeza de que a equipe do governador Jackson Barreto fará da melhor forma possível para resolver essa situação”.

Gustinho disse também que não acredita que houve descontrole por parte do governo, mas que se trata de um problema histórico e administrativo do estado, que vem passando de governo para governo e que de tempos em tempos acontece com algum gestor. “É totalmente natural da administração pública, é um fato que incomoda, mas infelizmente é natural. Em toda administração pública ocorrem fatos dessa natureza e a gente espera sair dessa situação da melhor forma possível”, explica.

 

Fotos: Aline Aragão