Por Joedson Telles

Ao ser indagado sobre a possibilidade de o PT e o DEM estarem juntos no mesmo palanque, nas eleições de 2014, quando estará em disputa não apenas o governo do Estado, mas também uma vaga no Senado Federal, no campo majoritário, o vereador petista Emmanuel Nascimento respondeu que “é complicado o PT e o DEM do mesmo lado, mas na política pode acontecer tudo. Inclusive nada. Juntar DEM e PT é uma discussão ampla. São adversários históricos, mas o DEM também já foi adversário do PSDB. E hoje estão juntos”.    

Sobre sua presença na Mesa Diretora da Câmara Municipal de Aracaju, presidida, hoje, pelo vereador do DEM, Vinícius Porto, algo que provocou críticas do também petista Iran Barbosa, Emmanuel Nascimento observou que ninguém viu o governador Marcelo Déda (PT), ou mesmo o presidente do PT, o deputado federal Rogério Carvalho, se posicionar contra sua atitude.  “Eu não estou na Mesa sozinho. E nem cheguei ali sozinho. Eu não precisava ser segundo secretário porque eu fui presidente. Estou na Mesa por causa de uma questão conjuntural momentânea”, justificou.

Emmanuel disse ainda que não poderia deixar de contribuir com seu grupo político. “E é importante colocar claramente que estar na mesa não significa apoiar o governo. Eu tenho aqui (CMA) uma posição de oposição. Não odienta, raivosa, para destruir, mas oposição para construir. Quero fazer uma oposição assim como Iran faz. Mas não cheguei só ali. No Congresso Nacional, você vê na composição da chapa do PT pessoas do DEM. Em administrações municipais, estaduais estão lá: DEM e PT”, observou.     

Observando que o parlamento é plural,  Emmanuel afirmou ainda que não seria justo o PT ficar fora da mesa, sendo o partido cuja bancada é a segunda maior da atual legislatura. “Eu não apóio João Alves: apóio Aracaju. É só fazer uma avaliação profunda. Qual é a decisão nacional sobre isso aí? Já teve casos em que o PT teve o presidente e o DEM o vice na Câmara Federal. E outra coisa: o DEM votou em mim duas vezes, para presidente da Câmara. Quer dizer que o DEM pode votar em mim, mas eu não posso votar neles? Não vejo problema. A gente está lutando para aprovar o Proinveste. Porque vou votar contra o empréstimo de João? Vou votar a favor, mas vou cobra e exigir”, disse.

Emmanuel foi provocado também sobre as declarações do vereador Iran Barbosa, que não garante apoio a uma candidatura do vice-governador Jackson Barreto (PMDB) ao governo do Estado, mas defende uma discussão interna com o PT apresentando um quadro novo. Emmanuel disse respeitar a posição de Iran, mas ajuizou que o candidato pode até ser do PT, mas tem que ser um nome que tenha densidade eleitoral e poder de aglutinação dentro do grupo. 

“Pode ser do PT. Não já foi Déda duas vezes? Pode ser Rogério, Iran, Ana Lúcia... Mas pode ser também um nome do grupo aliado. Esta última eleição (2012), a gente do PT aprovou Rogério, mas depois o grupo entendeu que não deveria ser ele, inclusive o governador. É louvável a posição do companheiro Iran. É elogiável. Mas precisamos de um candidato com densidade, que unifique os partidos e que tenha um projeto progressista. Sou do PT e quero que o partido se manifeste, mas não tenho problema em votar em Jackson. É um aliado histórico e tem um comportamento correto. Tem trabalhado pelo governo. Mas tem que ter um candidato competitivo. Acho Rogério um bom nome”, disse.