O prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, detalhou hoje (5) como pretende aplicar os R$ 300 milhões oriundos de um financiamento que está sendo formalizado junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Embora ainda estejam nos trâmites de liberação, os recursos já têm destino certo para obras, especialmente nas áreas mais carentes da capital sergipana. 

Em entrevista coletiva, Edvaldo disse que até o começo do próximo mês o projeto do empréstimo, que esta semana passou pelo Senado, deverá ser submetido à análise da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para só então ocorrer a assinatura do contrato. "Após isso, o BID define quando vai começar a liberar as parcelas do desembolso", afirmou o prefeito, estimando que o dinheiro deverá ser acessado ainda no primeiro trimestre de 2020. 

Com esta verba, conforme consta no escopo do projeto do financiamento, a Prefeitura pretende construir 13 praças, unidades de saúde, creches e escolas na zona Norte e nos bairros 17 de Março e Santa Maria. Outro investimento, de cerca de R$ 20 milhões, será feito na revitalização do Parque da Sementeira, no bairro Jardins. "Minha intenção é tirar todos os equipamentos públicos (sedes/unidades de órgãos) de lá para transformá-lo apenas em um espaço para as pessoas", declarou Edvaldo. 

Deste empréstimo também sairão os recursos para construção de 400 casas populares na cidade, mas o maior volume de aplicação será na construção de uma avenida perimetral oeste, que vai ligar Aracaju à Nossa Senhora do Socorro a partir da região do Lamarão/Bugio. "É um empreendimento de mais de R$ 100 milhões, incluindo a construção de uma ponte. É uma obra que vai desafogar o trânsito na Euclides Figueiredo e também conter a ocupação de áreas de manguezais", descreveu Nogueira. 

Apesar de bem delineados, esses projetos só devem ganhar corpo a partir do ano que vem com prazo de execução superior a três anos. "A gente precisa pensar a cidade para o futuro", destacou Edvaldo, acrescentando que a contrapartida oferecida pela Prefeitura compreendeu parte das obras que já estão sendo executadas, algo em torno de R$ 150 milhões - metade do valor total do financiamento. 

Capacidade de Investimento 

Ao responder às críticas da oposição em relação ao empréstimo, o prefeito Edvaldo Nogueira informou que usou apenas 16% da capacidade de endividamento. "Hoje Aracaju tem classificação letra B na Secretaria do Tesouro Nacional, graças ao trabalho que fizemos no primeiro ano de reorganização das contas. Neste momento, é preciso união para garantir os investimentos que a cidade precisa. Nós temos uma capacidade de investimento de mais de um bilhão de reais", afirmou. 

Esse empréstimo será pago em 30 anos, com cinco de amortização. Na coletiva, Edvaldo agradeceu ao empenho da bancada sergipana no Congresso Nacional que, segundo ele, tem articulado para agilizar a tramitação do projeto. "Nenhum prefeito na história de Aracaju conseguiu captar R$ 810 milhões em recursos em 2 anos e 8 meses", disse o gestor, em referência a outras obras em curso na capital, dentre elas, as previstas no Plano de Mobilidade.