Empréstimos foram feitos para a mobilidade urbana, diz João Alves
Ele respondeu às críticas da oposição sobre recursos do BID
Política 01/09/2014 14h45

Por Fernanda Araujo

Na semana passada, a Câmara Municipal de Aracaju aprovou o projeto de lei que autoriza a Prefeitura a pedir empréstimo, com garantia da União, ao Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID), no valor de 132 milhões de dólares, o que corresponde a aproximadamente R$ 300 milhões. O recurso é destinado ao “Programa de Requalificação Urbana da Região Oeste de Aracaju”. O dinheiro servirá para implantação do BRT, construção da avenida Perimetral Oeste, de quatro praças e de um Centro de Triagem para material reciclado.

Esse empréstimo já havia sido avaliado pelos vereadores em 2013 e, em abril deste ano, quando o primeiro valor aprovado foi reajustado de 60 milhões de dólares para 132 milhões. O PL 110/2014 foi aprovado com 14 votos favoráveis e quatro contrários. Mas a aprovação incomodou a oposição. Para o vereador Lucas Aribé (PSB), o PL não explica adequadamente sobre o que é o programa, e já que é a terceira vez que a Casa analisa o pedido de empréstimo, isso demonstra, a seu ver, falta de planejamento. Iran Barbosa (PT) também questionou para onde irá a aplicação do recurso.

Após as críticas da oposição, o prefeito João Alves Filho (DEM) (foto) afirmou nesta segunda-feira (01) que apenas foi feito um empréstimo, assinado na Prefeitura, para a questão da mobilidade urbana, abrindo uma licitação que abrangeria toda a região metropolitana, como Nossa Senhora do Socorro, São Cristóvão e Barra dos Coqueiros. De acordo com ele, os recursos estão disponíveis, no entanto, o governo do Estado pretende tomar o controle da região metropolitana, mas não levaria a mobilidade urbana para esses três municípios.

“Acho que está havendo uma interpretação muito equivocada do governo do Estado. Colocaram na cabeça do governador uma ideia que quem vai pagar com isso é o povo. Ele quer o controle da região metropolitana. Se isso for feito, vai ser uma catástrofe para três municípios - Socorro, São Cristóvão e a Barra dos Coqueiros -, porque o governo não tem know how em questão de trânsito. Tem um órgão excelente para fazer rodovias, que é o DER, no entanto, a malha viária de Aracaju já é maior do que a do DER. O Estado disse que não haveria extensão para Socorro, São Cristóvão e Barra, eu achei isso uma injustiça. Fomos ao Ministério Público e também ao Judiciário e houve um entendimento lá com os três prefeitos que iria funcionar como está há cerca de 30 anos porque a gestão anterior fez uma licitação só para Aracaju. Neste caso, o cidadão pagaria uma passagem na Barra, por exemplo, quando chegasse à ponte teria que tomar outro ônibus em Aracaju e pagar outra passagem. Eu falei ao governador que se ele fizesse isso vai dar prejuízo a 250 mil pessoas, que vão ficar revoltadas”, disse o prefeito João Alves Filho.

Acenando para o "bom senso", ele antecipou que ainda esta semana terá uma audiência com o governador Jackson Barreto, sucedendo a várias outras.

"A última vez eu falei ao governador que quem sugeriu isso a ele é inimigo porque vai desmantelar algo que está funcionando bem há 30 anos", disse João Alves, reafirmando que a população vai ficar revoltada. "O momento inclusive é muito ruim para brigar com 250 mil pessoas. A população dos três municípios e seus prefeitos devem ficar conscientes do risco. Isso, na hipótese de vigorar, não será com o apoio de João Alves e nem iniciativa do prefeito. Eu quero que amplie todos os municípios, mas a ala governamental está querendo o contrário", disse.

Foto: Tiffany Tavares

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