Frei Enoque renuncia a prefeitura, mas continuará com trabalho social
Política 31/01/2012 11h29

Por Fernanda Araujo

Filiado ao PSB, Enoque Salvador de Melo, o Frei Enoque, renuncia oficialmente ao cargo de prefeito de Poço Redondo às 14h desta terça-feira (31), no auditório do Colégio Menino Deus, naquele município. A decisão foi motivada por uma imposição da Igreja Católica, que, recentemente, proibiu que padres e demais líderes religiosos exercessem mandatos. No dia 1º de fevereiro, o vice Roberto Araújo (PT) assume o cargo.

O religioso se elegeu para prefeito em 2009. Ele, que já havia decidido deixar a prefeitura, no dia 14 de janeiro, em discurso com colegas partidários e a população do município, garantiu que, mesmo sem cargo, não deixará de levar os problemas do município aos órgãos políticos. “Eu decidi escolher a igreja. Eu deixo a política partidária, o cargo político, mas continuo um cidadão político. Vou continuar gritando pelos sertanejos de Poço Redondo”, disse o religioso.

Frei Enoque aponta as dificuldades que encontrou em sua administração como prefeito. “O sertão como um todo é uma região esquecida e muito sofrida pela natureza. O sertão é deixado de lado pelas autoridades. Todo ano gritamos que o rio São Francisco está morrendo e o povo está com sede. Nem sequer aqui temos água para dar a população, mal temos como transportar os mortos, a saúde e a segurança estão precárias. São 25 caminhões colocando água na cidade. Não é à toa que aqui há um índice alto de analfabetismo e de mortalidade infantil. Isso porque falta programa político, e o governo sabe. Mais de 55% de Poço Redondo vive em menos de ¼ do salário mínimo. O nosso sertão é muito pobre”, ressaltou.

Poço Redondo possuindo o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado, a administração de frei Enoque é elogiada pela maioria dos sergipanos e, principalmente no interior do estado, pela luta ao povo do sertão. Segundo Enoque, em seu comando na prefeitura houve vários avanços. “Mesmo no meio de tantos problemas, tivemos avanços extraordinários na agricultura, na educação, quando o Instituto Federal veio a Poço Redondo possibilitando a formação de nível superior e tecnólogos. Embora a nota dada pelo Sintese fosse de 4.8, nós tivemos mudanças. Razoavelmente demos um salto, mas é de pequenos saltos que vamos construindo”.

“Eu fico contente em dizer que a imprensa foi uma grande ajuda em minhas ações. Quero agradecer à imprensa que nos ajudou a sermos ouvidos. Ajudou com que o grito do povo sertanejo fosse levado a toda a população de Sergipe. Eu saio agradecido e torcendo que o grito dos menos favorecidos seja ouvido e abra portas no poder político”, se despediu.

Foto: Márcio Garcez / SES

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