Gilmar: médico tramou para levar caos à neurocirurgia do Huse
Política 24/08/2011 10h33

Por Joedson Telles

O radialista e deputado estadual Gilmar Carvalho (PR) fez, na manhã desta quarta-feira, dia 24, na Rede Ilha, o que ele mesmo definiu como a maior denúncia que levou aos seus ouvintes desde que passou a ancorar um programa de rádio em Sergipe. Com e-mails em mãos, Gilmar tornou público uma suposta trama do médico neurocirurgião Erik de Souza Barboza, da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), para, segundo o deputado, impedir que a coordenação do centro de neurocirurgia do Hospital de Urgência de Sergipe governador João Alves Filho conseguisse contratar médicos para substituir o próprio Erik e mais sete médicos que pediram demissão da FHS.

Segundo Gilmar, após pedirem demissão pelo fato de não aceitaram redução nos salários (eles trabalhavam 24h, mas recebiam o equivalente a 48h, fruto de um acordo feito durante o governo João Alves, mas cancelado pela FHS) os oito médicos – dos 15 do quadro –  passaram a nutrir a ideia de criar uma cooperativa de neurocirurgião. “Aí poderiam cobrar o que quisessem. Se o hospital não pagasse...”, observou Gilmar.

De acordo com e-mails que chegaram ao deputado, o médico Erik não apenas passou a pressionar os colegas que não deixaram o hospital para que aderissem à ideia da cooperativa como trabalhou para impedir que a FHS conseguisse repor os quadros. “Ele mandou e-mail à Sociedade Brasileira de Neurocirurgia para impedir que médicos de outros estados aceitassem o convite da FHS para trabalhar no João Alves. E fez o mesmo quando se tentou contratar médicos em Alagoas. Enquanto isso, os pacientes penavam. Os médicos que ficaram tinham uma carga desumana”, observou o deputado.

No ponto mais grave da denúncia, segundo deputado, o médico Erik reconhece o esforço dos colegas que permaneceram no Huse e menciona que o médico Augusto César ficou de plantão sozinho no hospital durante todo um final de semana. Cerca de 60h trabalhando. Segundo escreve no e-mail o médico Erik, de acordo com Gilmar, “não sei até quando irão aguentar, pois tem ainda outros compromissos fora do hospital. Augusto ainda é médico militar e faz 36h no HPM. Soube que ele teve uma crise hipertensiva durante o plantão. Foi ele e seus comparsas quem criou essa situação”.

O médico continua. “O detalhe é que, na semana que vem, acontece o Pré-Caju, com o aumento de cirurgias e pacientes. Infelizmente, se ele (Augusto) e sua trupe não se renderem e aderirem ao movimento não podemos fazer nada”, escreveu para indignação do deputado. “Que crime grave contra a vida”, definiu.        

Gilmar lembrou ainda que, quando os oito médicos deixaram o João Alves, as manchetes dos jornais não retrataram os detalhes contidos nos e-mails. Da mesma forma, a própria Secretaria de Estado da Saúde não deu mídia suficiente ao que aconteceu, de fato. “Houve processo judicial contra o médico, mas ele negou e pediu desculpas”, disse Gilmar, colocando em xeque a legalidade de a FHS ter readmitido os médicos depois que o projeto de criação da cooperativa faliu.

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