Médicos negligenciam atendimento no João Alves e ganham sem trabalhar
Relatório com graves denúncias foi entregue a Gilmar Carvalho
Política 30/11/2011 09h36

Por Joedson Telles

Ao serem comprovadas, as denúncias feitas ao deputado estadual Gilmar Carvalho (PR), que deu eco em seu programa de rádio, na Ilha FM, na manhã desta quarta-feira, dia 30, com um relatório assinado em mãos, pelo menos quatro médicos lotados no Hospital de Urgência de Sergipe governador João Alves Filho (Huse) trocaram o papel de salvar vidas pelo crime de se aliar às doenças para matar pessoas.

As denúncias demonstram como médicos negligenciam friamente os atendimentos, colocando vidas em xeque. Eles estariam faltando aos plantões e recebendo dinheiro sem trabalhar. Sem nenhuma preocupação com o sofrimento alheio, com a demanda, estariam adiando procedimentos que poderiam ser feitos de imediato para até três meses depois - inclusive tendo como vítimas pacientes com câncer.

O deputado leu ainda no relatório que há médicos deixando de operar pacientes e ainda os assustando, falando da necessidade de a operação ter que ser feita com urgência, mas, segundo eles, não haver possibilidade de procedê-las no Huse. O objetivo do terrorismo psicológico, segundo o relatório, seria forçar o paciente a arrumar dinheiro e pagar pelo tratamento, numa forma de o médico lucrar com o crime. Algumas cirurgias estipuladas em até R$ 3,5 mil - isso para quem buscou o Huse por não ter como arcar com os custos de um hospital privado.

Há ainda, segundo o relatório, uma cultura no hospital de alguns médicos escalados para os plantões, simplesmente, não comparecerem, deixando os pacientes à espera de atendimento. Como se isso bastasse, estes mesmos médicos estariam atendendo em seus consultórios no momento em que deveriam estar de plantão no Huse. E recebendo o dinheiro público pelo plantão que não compareceu. Um dos médicos, por exemplo, "empurrou", nada menos do que 37 atestados médicos em um ano - fora às vezes faltou e sequer deu satisfação.

Alguns médicos já deram chutes no elevador com objetivo de quebrar o transporte e dificultar o atendimento. Da mesma forma esmurraram relógio de ponto para se safar da falta. Há também a prescrição de prótese sem que o paciente necessite - apenas para dar lucro a uma empresa fornecedora de propriedade de dois médicos. "Pacientes sofrendo, com fraturas expostas, ficam aguardam por dias alguma conduta. Isso aqui só divulga quem tem coragem cristã. Não aceito conciliação com a morte. Vou cobrar punição", disse o deputado Gilmar Carvalho.

Além de repercutir a denúncia na mídia, Gilmar não apenas deu uma cópia do relatório ao governador Marcelo Déda (PT) como também adiantou que baterá à porta do Ministério Público do Estado de Sergipe (MPE). A denúncia também é de conhecimento do Sindicato dos Médicos de Sergipe e do Conselho Regional de Medicina. "Amanhã denuncio a parte de uma agressão física e verbal a uma enfermeira dentro do hospital de urgência e os maus-tratos a pacientes", prometeu Gilmar Carvalho.

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