Por Fernanda Araujo

Após quase dez dias de viagem a comitiva da administração municipal de Aracaju, composta por secretários, o procurador Carlos Pinna Júnior, o prefeito João Alves Filho (DEM) e o vereador Dr Agnaldo (PR) retornaram do Reino Unido na última segunda-feira (02) com a intenção de trazer o modelo britânico de transporte público e de saúde para a capital.

Segundo o vereador, a viagem foi proveitosa mostrando que o modelo do Reino Unido será o futuro dos próximos anos da sociedade brasileira, e em todos os estados do Nordeste. Vários estados do Nordeste estiveram presentes, principalmente, Sergipe, Ceará, Alagoas e Bahia, e um do Sudeste, Minas Gerais. A comitiva foi recepcionada pelo consulado britânico que deu a eles acesso aos serviços de transporte público, feito por intermédio de parceria público/privada.

Além disso, a comitiva também conheceu como se faz a parceria na eliminação do lixo, que não só retira dos lixões como diminui o fluxo de materiais, ou seja, aumenta a reciclagem e reduz a compactação do lixo. “Foi uma experiência brilhante. Na área de transporte público tivemos acesso a todo o sistema de metrôs, que é muito distante da nossa realidade, de ônibus e trens de superfície, foi muito importante. Visitamos também uma escola, estivemos juntos com o engenheiro e proprietário da construtora Celi, Luciano Barreto”, afirma Agnaldo.

Segundo ele, na parceria público/privada o governo dá a segurança, dá decréscimos em impostos, ou seja, incentivos fiscais para que o empresário possa montar um serviço privado e, ao mesmo tempo, social que dá retorno ao empresário. Dessa forma, de acordo com o republicano, se diminui a dívida pública.

“Pode ter construção de pontes, novas linhas de metrô. Por coincidência visitamos o NHS, que é o sistema público britânico, o melhor sistema de saúde do mundo. Lá se investe muito e o empresário tem retorno. Ou seja, aqui investimos muito e não temos nenhum tipo de retorno e só aumenta a dívida pública. Lá faz a parceria, monta o hospital, o empresário faz a saúde pública e explora o setor privado também. Se faz as duas coisas e dá certo. Quase ninguém reclama e impressionantemente é descentralizado, parecido com o nosso, onde cada bairro tem a sua forma de atender e de fazer a atenção primária, diminuindo muito o acesso aos níveis secundários e terciários”.

Para o parlamentar, isso não acontece no Brasil por que há pouco financiamento nos setores, tendo em vista que no Reino Unido se usa 10% do PIB só para a saúde, e no país apenas 3,5%. “Muitos já não acreditam mais no sistema público de saúde brasileiro. Mas está provado que o sistema é um dos melhores, só falta recurso e o subfinanciamento a nível federal. Tenho certeza de que quando esse financiamento vier teremos o melhor sistema”, acredita.

Esse modelo deve ser trazido para Aracaju. A ideia da administração municipal é que se faça parceria público/privada no edifício garagem, previsto para ser construído no centro da capital. Essa parceria privada com incentivo público, segundo o vereador, vai garantir preço mais acessível do estacionamento.