O governador de Sergipe, Belivaldo Chagas (PSD), foi reconduzido à chefia do Executivo para o exercício do mandato pelos próximos quatro anos. Ao lado da vice-governadora, Eliane Aquino (PT), ele assinou na tarde desta terça-feira (1) o termo de posse durante solenidade prestigiada por autoridades políticas e judiciárias, na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese).

Eleito vice-governador em 2007 e 2015, Belivaldo assumiu a gestão de Sergipe em abril de 2018 com o afastamento de Jackson Barreto (MDB) para a disputa eleitoral. Encontrou o Estado com déficit milionário nas contas e dificuldades para pagar os salários de servidores. Conseguiu reduzir as despesas de custeio e estabeleceu uma data para pagar o funcionalismo, mas a saúde financeira do Estado ainda preocupa. Ele informou que a previsão de déficit nas contas do estado para 2019 é de R$ 500 milhões.

Logo após a vitória de outubro, colocou sua equipe econômica para traçar medidas de enxugamento da máquina administrativa que já começaram a ser executadas e devem ganhar corpo a partir deste mês, dentre elas, a exoneração de cargos em comissão e a redução de 19 para 14 secretarias. Na posse, dedicou boa parte do seu discurso de posse à sua preocupação com a necessidade de recuperação das finanças estaduais.

“Temos de mudar o panorama de desalento, temos de criar um clima propício ao trabalho, ao empreendedorismo e com ele gerar otimismo, que é o combustível essencial para que as sociedades se movam e se transformem”, disse o governador natural de Simão Dias, eleito com 679.051 votos, acrescentando que o contexto atual faz dele “o mais inquieto, ansioso, preocupado e também o mais sonhador dos sergipanos”.

Chagas disse ainda que promoverá ações na área de segurança, saúde e educação, além de elaborar um calendário “fixo e seguro para o pagamento dos servidores públicos”. O governador destacou que buscará recursos por meio de parcerias com a iniciativa privada. “Ampliar os investimentos, estimular a criatividade e localizar recursos, encontrar investidores dispostos a descobrir Sergipe e aqui investir em parcerias público-privadas, no turismo, agricultura, serviços.”

No discurso, o governador comprometeu-se com ações de transparência das contas públicas. “A população não tolera mais a caixa-preta dos gastos públicos desordenados. A transparência não será apenas uma palavra, será exigência ética, a ser devotamente cumprida, por mim, em primeiro lugar, e por todos os que integram o meu governo.”

Emocionado, o governador citou Marcelo Déda (in memoriam) como uma de suas inspirações e disse que ao lado de Eliane Aquino, viúva do ex-governador, colherá os “sorrisos dos sergipanos” que foram citados pelo petista em seu último discurso como chefe do Executivo na Assembleia Legislativa. “Juntos, iremos buscar aqueles sorrisos que guiaram e davam forças a Déda”, afirmou Chagas.

Antes da posse, a vice-governadora destacou sua intenção de ajudar a construir mais um capítulo da democracia do Estado de Sergipe.“Espero que tenhamos tudo que a nossa população precisa como sensibilidade e humildade de fazer uma gestão inclusiva”, declarou Eliane Aquino.

Belivaldo disse também que manterá um “espírito solidário” com o Governo Federal  e declarou apoio ao presidente Jair Bolsonaro, "naquilo que for de interesse da sociedade". O governador destacou ainda a dependência do Estado de medidas da Presidência, a exemplo da Reforma da Previdência e, especialmente, em relação a manutenção do funcionamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (FAFEN), subsidiária da Petrobras em Laranjeiras (SE).

“As grandes decisões das quais o estado depende transitam pelo governo federal, a começar pela definição pela Fafen. Esperamos afastar de uma vez por todas, com a privatização ou sem ela, os temores que existem em relação à permanência em atividade daquela indústria importantíssima para Sergipe e estratégica para o Brasil", pontuou Chagas.

Após a solenidade de posse, Belivaldo e Eliane foram conduzidos para revista à tropa na Praça Fausto Cardoso e em seguida, participam de uma missa de Ação de Graças na Paróquia Santuário Nossa Senhora Aparecida, no Bugio, onde recebem os cumprimentos.

 

Foto 2: César de Oliveira/Alese
Foto 3: Jadilson Simões/Alese