'Não será comprada', diz presidente Bolsonaro sobre vacina chinesa
Ministério da Saúde foi desautorizado a comprar de 46 milhões da Coronavac Política | Por F5 News 21/10/2020 11h28 - Atualizado em 21/10/2020 16h56O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (21), em comentário nas redes sociais, que a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac "não será comprada". A mensagem foi publicada em resposta a um comentário crítico ao anúncio do Ministério da Saúde sobre a compra de 46 milhões de doses do imunizante desenvolvido pela Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.
Bolsonaro chamou a vacina de 'chinesa de João Dória', e afirmou que 'antes de ser disponibilizada à população, (a eficácia) deverá ser comprovada cientificamente pelo Ministério da Saúde e certificada pela Anvisa'. Ainda na publicação, o presidente afirmou que 'não se justifica um bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem'.
A VACINA CHINESA DE JOÃO DORIA
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) October 21, 2020
- Para o meu Governo, qualquer vacina, antes de ser disponibilizada à população, deverá ser COMPROVADA CIENTIFICAMENTE PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE e CERTIFICADA PELA ANVISA.
- O povo brasileiro NÃO SERÁ COBAIA DE NINGUÉM. (continua).
A Coronavac vem sendo desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac, em parceria com o Insituto Butantan, do governo do Estado de São Paulo, que é chefiado por João Dória (PSDB).
Ministério da Saúde
Já em pronunciamento na manhã de hoje, o secretário executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, informou que “houve uma interpretação equivocada da fala do ministro da Saúde” e não houve qualquer compromisso com o governo do estado de São Paulo no sentido de aquisição de vacina contra a covid-19. “Tratou-se de um protocolo de intenção entre o Ministério da Saúde e o Instituto Butantan, sem caráter vinculante, por se tratar de um grande parceiro do Ministério da Saúde na produção de vacinas para o Programa Nacional de Imunizações [PNI]."
Franco esclareceu que é “mais uma inciativa para tentar proporcionar vacina segura e eficaz para a nossa população, neste caso como uma vacina brasileira” e se estiver disponível antes da vacina da AztraZeneca/Oxford ou da Covax. “Não há intenção de compra de vacinas chinesas”, ressaltou.
O secretário reforçou que qualquer vacina depende de análise técnica e aprovação da Anvisa, pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) e pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) do Sistema Único de Saúde (SUS). Franco reafirmou que quando qualquer vacina estiver disponível, certificada pela Anvisa e adquirida pelo Ministério da Saúde, ela será oferecida aos brasileiros por meio do PNI e, “no que depender desta pasta, não será obrigatória”.
Outras vacinas
Além da coronavac, o Ministério da Saúde já tem acordo com o laboratório AstraZeneca para compra de 100 milhões de doses da vacina desenvolvida pela farmacêutica em parceria com a Universidade de Oxford. No Brasil, o imunizante é testado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e deverá ser produzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O Brasil tem ainda garantidas outros 40 milhões de doses por integrar a Covax, iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) que reúne dezenas de países interessados em receber imunizantes contra a doença.
*Com Estadão e Diário do Nordeste





