“Querem uma bancada subserviente. Que não pensa. Fantoche”
Goretti: “Não olhei só para a minha família, mas para meus princípios”
Política 21/03/2012 11h53

Por Joedson Telles

A deputada estadual Goretti Reis (DEM) usou a tribuna da Assembleia Legislativa, na manhã desta quarta-feira 21, para desabafar o que ela mesma definiu como ‘vários dias de angustias e pressão’, antes de dizer não ao convite do governador Marcelo Déda (PT) para fazer parte da sua bancada. A deputada disse que conversou com muitas pessoas antes de chegar à decisão de permanecer na oposição por entender que o governo deixa a desejar – sobretudo nos quesitos saúde, segurança pública e remuneração dos servidores públicos.

“Não olhei só para a minha família, mas para os meus princípios e meus eleitores. Para quem não tem CC. Não tenho como ficar calada aqui nesta Casa diante dos erros deste governo. Querem uma bancada subserviente. Que não pensa. Do amém. Fantoche”, disse Goretti Reis, lembrando que sempre criticou o governo Marcelo Déda, e não tem como mudar sua postura, de uma hora para outra.

“Quando criticam a minha posição, estão criticando o Poder Legislativo. Será que alguém pensa que os deputados do governo estão lá por conta de cargos? Não é isso. Não podemos ter uma Casa subserviente. Quem faz isso nos julga por si mesmo. Não nos julgue pelos seus parâmetros”, disse a parlamentar, observando que a bancada de oposição não é inimiga da bancada do governo, e que a conversa tem que existir na política, por ser natural. “Todos os deputados representam a população e os líderes (Déda, João, Amorim, Valadares, Jackson...) são seres humanos”, observou.         

Goretti salientou ainda haver a necessidade de acabar com a tese de achar que os políticos agem por interesses pessoais. “Estão invertendo os valores. A imprensa e a sociedade têm que ver quem é vítima e quem é algoz. Mentes pequenas não sabem diferenciar laços familiares de convicções políticas. Jamais sacrificaria minhas ideias. Tenho amor a minha família, mas não sou obrigada a pensar como eles. Não sou inimiga de Déda, mas estamos em blocos diferentes”, observou.     

A parlamentar também voltou a elogiar a postura da presidente Angélica Guimarães (PSC), que teve a coragem de realizar as eleições da Mesa da Alese, mesmo contra a vontade do governador. “Estou solidária à presidente e ao bloco de Amorim por ter sido criticado pela realização da eleição da Mesa. O povo sabe que se dependesse do governo, Angélica não seria reeleita, pois o acordo não seria cumprido. Foi um grito de independência do Poder Legislativo. A história vai saber disso. Quem ataca Angélica com pecha de traidora está atacando os demais deputados. Enfraquecendo o Poder. Estão colocando o individual acima do coletivo”, disse.

Segundo Goretti , o 7 de setembro da Alese é o dia 27 de fevereiro. Ela observou também que todos que buscam a independência são tidos como traidores pelo governo. “Mas como aconteceu com Tiradentes, a história fará justiça. Somos alvos de críticas. Setores do governo falam em crise e falta de governabilidade, mas eu mesma já votei em vários projetos do governo. Mas querem uma bancada subserviente”, lamentou.  

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