Samuel diz que 80% dos municípios têm apenas dois policiais militares
Deputado ecoa denúncia dos delegados da Polícia Civil
Política 15/04/2012 10h28

Por Joedson Telles

O deputado estadual Capitão Samuel (PSL) ecoou as denúncias feitas pela Associação dos Delegados de Polícia Civil (Adepol), na semana passada, no tocante à falta de policiais nas delegacias do interior do estado. O parlamentar observou que há muito tempo que vem batendo na tecla que Polícia Civil é metropolitana, e não existe no interior do estado, mas, infelizmente, falta uma política de segurança pública em Sergipe para resolver este problema de falta de policial nas ruas e delegacias.

“No interior, eu vi o delegado falando que era um delegado, um agente e um escrivão. Três em uma delegacia. São os mesmos três para cinco delegacias, e eles só trabalham de segunda à sexta-feira pelo dia. Na verdade, só no horário de expediente que têm esses três. Ficam nos municípios dois policiais militares. Alguns municípios que tenham sorte talvez tenham quatro, seis, mas 80% dos municípios são dois soldados que fazem a segurança do município”, denuncia.

Segundo Samuel, o secretário de Segurança Pública, o delegado João Eloy, não pode ser culpado pelo problema. “Eu já estou sabendo o que está acontecendo: 12 prédios já estão prontos há meses. O secretário João Eloy busca recursos na Secretaria da Fazenda, mas eles (João Andrade) não liberam o recurso para comprar mobília. Eu já denunciei aqui na Assembleia. Esses 12 prédios poderiam ser inaugurados amanhã, se tivesse o dinheiro para comprar a mobília. Está faltando uma gestão integrada”, assegura.

O deputado salientou também que, assim como já acontece nos presídios sergipanos, há grandes problemas de excesso de presos nas delegacias também. “As delegacias que têm presos não são aquelas que têm policiais civis: são aquelas que têm policial militar, que fica 24 horas tomando conta dos presos. Só são dois no município tomando conta do prédio. Quem vai tomar conta da população? É por isso que tem juiz dando decisão já em Tobias Barreto, em Riachão e em municípios do interior dizendo a necessidade de o estado de colocar a Polícia Civil para existir nesses lugares”, diz.

O deputado Samuel Barreto, entretanto, não apenas critica a Secretaria de Estado da Segurança Pública, e, por tabela, o Estado. Ele também arrisca apresentar o que, na sua ótica, pode ser uma solução para o problema. Para ele, passa da hora de se analisar o concurso da Polícia Civil. O parlamentar acredita ser preciso um levantamento para se saber onde estão os policiais desviados de função. Assim como denunciaram os delegados Kássio Viana e Alexandre Pires, Samuel insiste que há muito policial civil sem desenvolver a atividade, o que acredita ser um erro que precisa ser corrigido com urgência.

“É preciso colocar essas pessoas para desenvolver a atividade de Policial Civil. Fazer existir no interior do estado. Tirar os policiais militares das delegacias, analisar a possibilidade de concurso para a Polícia Militar também. Se não tiver dinheiro para tudo isso, deve-se analisar a possibilidade de pegar esses policiais que estão indo para reserva agora, são mais de 500 que foram esse ano (PMs com 48,49, 50 anos), mas têm condições perfeitas de saúde para dar segurança as pessoas. É só dar um atrativo para esse homem voltar que vai sair muito mais barato, e em 15 dias já tem esses homens nas ruas”, defende. “Porque se for fazer um concurso hoje para a polícia militar só daqui a um ano vai ter um homem formado.”

 

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